quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Federação Paulista tenta acabar com organizadas e criar ‘nova torcida’


Presidente da FPF Marco Polo del Nero (Foto: Marcos Guerra/Globoesporte.com)Marco Polo Del Nero, presidente da FPF

(Foto: Marcos Guerra/Globoesporte.com)


O cerco às torcidas organizadas irá se fechar. Pelo menos esse é o objetivo da Federação Paulista de Futebol (FPF) para os próximos meses. O presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, explicou um projeto existente para criar um novo conceito de torcida, as "uniformizadas", e conseguir, aos poucos, diminuir o poder e a influência das organizadas nos estádios de futebol em São Paulo.


A ideia é ligar oficialmente clubes e torcidas. Segundo Del Nero, as uniformizadas seriam coordenadas pelos clubes, teriam suas músicas e roupas próprias, e não teriam manifestações violentas identificadas frequentemente entre as atuais organizadas, dentro e fora dos estádios.


– Queremos fechar o cerco. Já tentamos de tudo para acabar com as organizadas e não conseguimos. Esse projeto será sugerido para os clubes para eles coordenarem os torcedores que não queiram brigar, mas sim torcer nos estádios. E, aos poucos, queremos atrair os bons torcedores das organizadas para as uniformizadas. Se uma organizada tem 20 mil sócios, tenho certeza que 19,8 mil são bons torcedores e o resto, não – disse Del Nero.


O novo conceito ainda não saiu do papel, mas o presidente da FPF promete adotar medidas rigorosas contra as organizadas. Questionado sobre os métodos para diminuir o poder das mesmas, ele admitiu elaborar diretrizes cada vez mais rígidas.


– Se for preciso tomar atitudes drásticas, nós iremos tomar. Hoje as organizadas ganham dinheiro com as nossas camisas e esse dinheiro não chega aos clubes. Queremos tomar para nós, clubes, o produto que é nosso, o futebol – argumentou o dirigente.


Na última quarta-feira, a FPF anunciou uma nova medida de segurança para seus campeonatos. A partir de agora, sempre que identificar o uso de sinalizadores, fogos de artifício e afins dentro dos estádios, a arbitragem é obrigada a paralisar o jogo, relatar o ocorrido para o delegado da partida, identificar a origem do uso e, por fim, descrever o fato na súmula.


Depois disso, o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de São Paulo irá julgar o caso com rigor, aplicando penas que podem atingir perda de 15 mandos, exclusão do clube e multa de R$ 100 mil. A resolução foi tomada depois da morte do garoto boliviano Kevin Beltrán Espada na semana passada, durante jogo entre Corinthians e San José, na Bolívia, pela Libertadores. O torcedor foi atingido no olho por um sinalizador marítimo disparado do setor ocupado pelos corintianos na arquibancada.