terça-feira, 21 de maio de 2013

Muricy sofre rejeição, mas Laor banca permanência do treinador


Muricy Ramalho treino Santos (Foto: Ivan Storti / Site Oficial do Santos)Muricy Ramalho se segura no apoio de Luis Alvaro

(Foto: Ivan Storti / Site Oficial do Santos)


Cena no último domingo, na Vila Belmiro. O técnico Muricy Ramalho , do Santos, interrompe sua entrevista coletiva, logo após perder o título Paulista para o arquirrival Corinthians. Da porta do vestiário que dá acesso à sala de imprensa sai o debilitado presidente do Santos, Luis Alvaro Ribeiro, com o apoio de uma bengala. Mesmo em recuperação dos recentes problemas de saúde, o mandatário faz questão de demonstrar apoio ao comandante e lhe dá um abraço. Essa é uma das raras demonstrações de afeto e apoio de um santista ao treinador. Laor, como o mandatário alvinegro é chamado, é um dos poucos defensores da continuidade do treinador no seu cargo.


Após ter o trabalho contestado no fim de fevereiro, o treinador voltou a ser alvo de críticas. No dia seguinte ao vice-campeonato Paulista, os grupos políticos “Resgate Santista”, do qual o próprio Laor já foi presidente, e o “Eu Sou Santos”, dissidência do Resgate que tem o apoio do vice-presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Fonseca Filho, pediram a demissão de Muricy em seus respectivos sites. Ambos apoiam a atual administração, mas têm divergências sobre a forma como deve ocorrer a profissionalização do clube.


O grupo Resgate Santista, inclusive, sugere o nome de Marcelo Bielsa, do Athletic Bilbao, para substituir Muricy. O argentino chegou a ser consultado pelo Alvinegro em 2011.


Além dos grupos políticos, torcedores fazem protestos por meio de redes sociais. Houve até quem "leiloasse" Muricy em um site especializado. Parte dos conselheiros do Peixe também quer a mudança no comando técnico.


As críticas já existiam durante a invencibilidade de 16 jogos do Santos, mas aumentaram com o desempenho do time nas finais do Paulistão. Falta de utilização dos atletas da base, padrão tático e organização da equipe são alguns dos defeitos apontados, também em razão dos salários do comandante, considerados altos.


A questão divide opiniões entre o Comitê de Gestão, já que além de Luis Alvaro Ribeiro outros integrantes defendem a permanência de Muricy. Durante a primeira contestação ao trabalho do treinador, em março, a multa rescisória de R$ 4 milhões já era vista como empecilho.


Com contrato até o fim desta temporada, Muricy deve seguir no cargo, apesar de sofrer rejeição. Em dois anos no clube, ele conquistou quatro títulos - dois Paulistas (2011 e 2012), a Taça Libertadores de 2011 e a Recopa Sulamericana de 2012.