Santos e Cruzeiro decidem nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), na Vila Belmiro, uma vaga na final da Copa do Brasil. Será o 59º jogo entre as equipes na história, com vantagem mineira – 22 vitórias, contra 19 santistas e 17 empates (confira o retrospecto na Futpedia) . Ao longo dessa história, que iniciou há quase 50 anos, vários craques estiveram em campo, como: Pelé, Pepe, Dirceu Lopes, Tostão e, mais recentemente, Neymar e Alex.
E se o mais novo episódio da história deste confronto é uma decisão, o primeiro capítulo dela foi simplesmente uma final. Em 1966, Santos e Cruzeiro decidiram a Taça Brasil. O Peixe, campeão das cinco edições anteriores e comandado por Pelé, era favorito. A Raposa, porém, venceu tanto no Mineirão quanto no Pacaembu e ficou com o título. A vitória na capital mineira foi expressiva: 6 a 2, com 5 a 0 só no primeiro tempo.
Com autoridade, Cruzeiro supera Santos de Pelé e conquista a Taça Brasil de 1966 (Foto: Reprodução)
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- Foi um feito inesquecível. Esses dois jogos com o Santos mudaram a história do Cruzeiro e do futebol mineiro. Depois dessa conquista, os clubes de outros estados reivindicaram participar do Brasileiro. O feito transformou o futebol aqui do Brasil. Após essas partidas inesquecíveis, o Cruzeiro se transformou num time de alcance nacional – disse Dirceu Lopes, um dos heróis da Raposa em 1966, em entrevista ao Arena SporTV.
O Santos devolveria a goleada sofrida em 1966 quase 20 anos depois. Em 1983, pelo Brasileiro, o Peixe atropelou a Raposa no Morumbi: 5 a 0, com grande atuação de Serginho Chulapa, autor de três gols – Serginho II e Paulo Isidoro completaram o marcador. Menino da Vila da geração de 1978, o ex-atacante João Paulo foi um dos titulares do Alvinegro na ocasião e guarda algumas memórias da vitória, a mais elástica dos santistas sobre os mineiros.
Serginho Chulapa comandou goleada do Santos em 1983, com três gols (Foto: Reprodução)
- Fizemos 4 a 0 no primeiro tempo. Eles tiveram vários expulsos (Osires, Joãozinho e Palhinha), todos também na etapa inicial, e, se não me engano, começou um “cai-cai” – contou João Paulo, que disse não ter certeza se, como foi noticiado em jornais da época, os jogadores do Cruzeiro teriam pedido para o Santos "pegar leve" na etapa final.
Em 2004, no Mineirão, Cruzeiro e Santos fizeram um dos mais emocionantes duelos entre os times – apesar de testemunhado por cerca de 11 mil pessoas, apenas. Robinho fez dois para o Peixe, mas Fred diminuiu em seguida. Deivid e Elano ampliaram para o Alvinegro no começo da etapa final. Fred, Jussiê e Wendel, porém, ajudaram a Raposa a arrancar o empate em 4 a 4.
Outro confronto inesquecível, esse para os santistas, foi disputado no dia 3 de novembro de 2012. O Peixe venceu por 4 a 0, no Independência, com três gols de Neymar. O hoje craque do Barcelona jogou tanta bola que foi aplaudido pelos cruzeirenses (veja o vídeo abaixo).
No mais recente embate de mineiros e paulistas na Vila, o Cruzeiro levou a melhor: com gol de Everton Ribeiro, venceu por 1 a 0 pelo Brasileirão de 2013 (veja abaixo). Na última vez que os times se cruzaram em um mata-mata, porém, deu Santos. Em 2006, na primeira fase da Copa Sul-Americana, os santistas derrotaram a Raposa no Pacaembu por 1 a 0 (gol de André) e foram batidos em Belo Horizonte, também por 1 a 0 (Wagner). Nos pênaltis, vitória santista por 4 a 3.
No histórico em mata-matas, a vantagem é dos celestes. Além da Taça Brasil de 1966, a Raposa superou o Peixe na Copa do Brasil de 2000 - o Alvinegro só levou a melhor na Sul-Americana de 2006. Na quarta-feira, os mineiros jogam pelo empate ou até derrotas por um gol de diferença (desde que marquem na Vila Belmiro). Os paulistas, que buscam igualar o retrospecto, têm de vencer por, pelo menos, dois gols. Se fizer 1 a 0, o Peixe força a disputa por pênaltis.