Nélio Lucas, CEO da Doyen, se reuniu com a diretoria do Santos (Foto: Martin Fernandez)
A reunião entre o fundo de investimento Doyen Sports e o Santos, realizada na tarde de segunda-feira, não serviu apenas para tratar da permanência do meia Lucas Lima, assegurada pelo CEO do fundo, o português Nélio Lucas. A conversa com o presidente Modesto Roma Júnior foi importante também para que as arestas fossem aparadas após o mal-estar gerado pela descoberta da atual gestão sobre o repasse de partes dos direitos econômicos de três de seus mais promissores jogadores aos empresários.
Durante sua primeira entrevista coletiva, o presidente declarou que os agentes ficaram com 20% dos direitos do centroavante Gabriel, com uma fatia de 35% do atacante Geuvânio e com 25% do lateral-direito Daniel Guedes. O acordo foi fechado no fim do mandato de Odílio Rodrigues. Em nenhum momento após a eleição, realizada em dezembro, a antiga administração informou sobre a venda – nem mesmo quando Modesto se reuniu com representantes do Doyen, que não entraram no assunto por acreditarem que cabia a Odílio informar seu sucessor.
- A parceria saiu fortalecida desta reunião. O presidente realmente não havia sido avisado sobre esse negócio, mas esclarecemos todos os pontos. O pagamento pelos três foi feito ainda em novembro, tudo às claras, em cartório. A parceria está reforçada e o presidente, inclusive, nos consultou se participaríamos da contratação de algum outro jogador. Respondemos que sim, desde que achemos que é um bom negócio - garantiu Nélio, que está no Brasil.
Na negociação, apenas 3,1 milhões de euros (quase R$ 10 milhões) entraram nos cofres do clube, que vive grave crise financeira. O restante do acerto serviu para abater dívidas antigas que a equipe tinha com os próprios investidores. Uma de 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 11,5 milhões) relativas à venda do meia Felipe Anderson à Lazio, em 2013 – o Doyen era dono de 50% dos direitos do jogador e ainda não tinha recebido sua parte do acordo. Além dessa, havia uma pendência da contratação de Leandro Damião, hoje emprestado ao Cruzeiro.
A Doyen Sports ficou com fatias de Geuvânio, Gabriel e Daniel Guedes (Foto: Editoria de Arte)