Porcentagens dos direitos de Geuvânio, Gabriel e Daniel Guedes foram repassados ao Doyen para quitação de dívidas
O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, revelou, durante entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira, na Vila Belmiro, os percentuais dos direitos econômicos dos atacantes Gabriel, Geuvânio e do lateral-direito Daniel Guedes, negociados com o fundo Doyen Sports pelo ex-mandatário Odílio Rodrigues nos últimos dias da administração anterior.
Segundo o atual chefe da administração alvinegra, Gabriel agora tem 20% de seus direitos ligados aos investidores. O clube agora é dono de uma fatia de apenas 40% de sua principal joia – os outros 40% continuam nas mãos do atleta. O Doyen também ficou com 35% de Geuvânio e 25% de Daniel Guedes.
Modesto, porém, disse que não poderia dar mais detalhes do acordo, já que o departamento jurídico da nova gestão ainda está debruçado sobre os contratos para analisá-los.
– Houve a venda, sim. Mas estamos tomando conhecimento. Fiquei perplexo com os valores – disse o presidente, sem abrir o montante envolvido.
Modesto Roma, com novos dirigentes do Santos, em entrevista coletiva (Foto: Bruno Giufrida)
O repasse das porcentagens para o fundo maltês serviu para quitar dívidas com os próprio investidores. Uma delas está relacionada à venda do meia Felipe Anderson para o Lazio, ainda em 2013. O Doyen era dono de 50% dos direitos econômicos do atleta quando ele se transferiu para o time italiano por R$ 23 milhões. Parte desse valor ficou retida pela equipe alvinegra quando deveria ter sido enviada aos investidores.
A outra dívida tem relação com a polêmica contratação do atacante Leandro Damião, quando o grupo com sede em Malta financiou a chegada do jogador à Vila Belmiro. O acerto previa que os empresários repassassem ao clube o valor das parcelas acordadas com o Internacional para que os santistas pagassem os gaúchos. Um desses valores chegou aos alvinegros, mas não aos colorados. A Doyen, então, precisou emprestar outro montante que, enfim, foi enviado ao Inter.
Uma última parte do acerto envolveu dinheiro, mas nenhum dos valores foi revelado nem pelo Santos nem pelo fundo, assim como o percentual de cada jogador que agora está nas mãos do Doyen. O acordo foi feito em dezembro, ainda pela antiga administração santista comandada pelo ex-presidente Odílio Rodrigues.