sábado, 22 de setembro de 2012

Ex-Peixe e Lusa, Célio vê ausência de Neymar como fator de equilíbrio


Santos e Portuguesa enfrentam-se neste sábado, às 21h (de Brasília), pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Pacaembu. Tratam-se de duas equipes que fazem parte marcante da carreira de Marcelo Carlos Monteiro da Silva, o Célio. Menino da Vila campeão paulista em 1978, o ex-jogador também fez parte da Lusa vice-estadual em 1985, quando o time rubro-verde foi batido na decisão pelo São Paulo.


Célio ex-Santos e Portuguesa (Foto: Lincoln Chaves / Globoesporte.com)Menino da Vila de 78, Célio foi vice-campeão paulista pela Lusa (Foto: Lincoln Chaves / Globoesporte.com)


Hoje residente em Santos, Célio tem as melhores lembranças possíveis do Peixe, clube onde iniciou a carreira e para onde foi ainda muito jovem, aos 13 anos. Atacante no time que consagrou a geração de Juary, Pita e Ailton Lira, o ex-jogador destacou não só a qualidade técnica daquela equipe, mas também o quão unido era o grupo comandado pelo hoje falecido treinador Chico Formiga.


- Nosso time era realmente uma família, como as gerações de Robinho e Neymar. Começamos juntos na base, e tínhamos uma amizade muito grande. O respeito entre os colegas foi passado para dentro de campo. Um corria pelo outro. Aquela turma foi campeã infanto-juvenil, infantil, juvenil e chegou ao objetivo máximo, que era vencer o Paulista entre os profissionais - contou.


Do Santos, Célio foi para o XV de Jaú, rumando em seguida para a Portuguesa, onde passou a atuar como volante. No meio-campo, foi um dos destaques do time que chegou à decisão do Paulista de 1985 ao vencer o primeiro turno da competição. Na final, um desafio complicado: superar o São Paulo de Silas, Careca, Müller e do ex-companheiro Pita, na chamada geração dos "Menudos" do Morumbi. O Tricolor acabou levando a melhor, vencendo o rival em dois jogos (3 a 1 e 2 a 1).


- Nosso time, na Portuguesa, era muito bom. Tínhamos uma linha de frente forte, comigo, Toninho e Edu Marangon no meio-campo, Jorginho (atual técnico do Bahia), Luis Muller e Esquerdinha no ataque. Mas jogar no Morumbi contra aquele São Paulo era difícil, ainda mais com a qualidade daquele time. Não deu mesmo - recordou.


Pela Lusa, Célio enfrentou o Santos em duas oportunidades, ambas pelo Paulistão de 1985. Em São Paulo, vitória portuguesa por 1 a 0. Na Vila Belmiro, empate sem gols. Segundo o ex-jogador, ter pela frente o Peixe era sempre uma situação diferente.


- Jogar contra o Santos realmente traz à tona todo aquele carinho. É uma camisa vitoriosa, um time que respeito muito e por onde deixei uma boa marca. E quando se enfrenta uma equipe assim, você vai com aquele objetivo de mostrar que ainda poderia jogar mais, que pode mostrar seu valor - contou o ex-atleta, que ainda defendeu o Palmeiras.


Sobre o clássico de sábado, Célio avaliou que, caso Neymar estivesse em campo (o atacante está suspenso pelo terceiro cartão amarelo) o Santos seria franco favorito para o jogo. A ausência do camisa 11, porém, deixa o confronto equilibrado e de difícil prognóstico na visão do ex-jogador - ainda que o coração penda mais para o lado alvinegro.


- A Portuguesa, há muito tempo e não sei bem o porquê, não vem bem. Estava por baixo e tem conseguido voltar a vencer. Por sua vez, o Santos é o Santos, mas é complicado jogar sem o Neymar, já que ele é meio time do Santos e está de parabéns pelo que tem feito. Fico contente, porque isso mostra que o Santos ainda é uma fábrica (de craques). É difícil prever (o vencedor) - finalizou.