sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Confederação de Bispos critica capa com Neymar crucificado

A edição deste mês da revista Placar está dando o que falar. Depois de receber críticas por parte de diversos setores ligados à Igreja Católica, a Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) publicou nota oficial em seu site criticando a utilização da imagem, na qual o atacante do Santos aparece crucificado, semelhante à imagem de Jesus.


Na carta, assinada pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis e por Dom Leonardo Ulrich Steiner, presidente e secretário-geral da CNBB, respectivamente, a entidade manifesta 'profunda indignação diante da publicação', e lembra que há 'limites objetivos para o exercício da liberdade de expressão'. A CNBB ainda chamou de 'ridicularização da fé e o desdém pelo sentimento religioso' quanto à escolha feita pela Placar, fazendo um apelo também contra as repercussões violentas que tem ocorrido pelo uso inapropriado de imagens religiosas.

Divulgada nesta semana, a capa da revista, uma das publicações mais reconhecidas no cenário nacional sobre futebol, ilustra o que defende ser uma 'crucificação' de Neymar, que acaba sendo vítima de críticas pelo excesso de simulações em campo quando existe uma falta generalizada de 'Fair Play' no esporte.


Vários sites de temática católica já se manifestaram em repúdio à publicação, e até uma petição pública online, que já conta com mais de 7 mil assinaturas, pede uma punição ao Supremo Tribunal Federal pelo que consideram uma ofensa contra a religião.


Antes disso, a Placar já havia se manifestado sobre o assunto, negando a intenção de ofender a religião católica.


Leia a íntegra da nota da CNBB:


NOTA DE REPÚDIO


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, manifesta profunda indignação diante da publicação de uma fotomontagem que compõe a capa de uma revista esportiva na qual se vê a imagem de Jesus Cristo crucificado com o rosto de um jogador de futebol.


Reconhecemos a liberdade de expressão como princípio fundamental do estado e da convivência democrática, entretanto, que há limites objetivos no seu exercício. A ridicularização da fé e o desdém pelo sentimento religioso do povo por meio do uso desrespeitoso da imagem da pessoa de Jesus Cristo sugerem a manipulação e instrumentalização de um recurso editorial com mera finalidade comercial.


A publicação demonstrou-se, no mínimo, insensível ao recente quadro mundial de deplorável violência causado por uso inadequado de figuras religiosas, prestando, assim, um grave desserviço à consolidação da convivência respeitosa entre grupos de diferentes crenças.


A fotomontagem usa de forma explícita a imagem de Jesus Cristo crucificado, mesmo que o diretor da publicação tenha se pronunciado negando esse fato tão evidente, e isso se constitui numa clara falta de respeito que ofende o que existe de mais sagrado pelos cristãos e atualiza, de maneira perigosa, o já conhecido recurso de atrair a atenção por meio da provocação.


Cardeal Raymundo Damasceno Assis

Arcebispo de Aparecida

Presidente da CNBB


Dom Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília

Secretário Geral da CNBB


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