quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Campeões em 68, santistas exaltam 'nova' Recopa: ‘É título internacional’


Edu santos corinthians (Foto: Lincoln Chaves / globoesporte.com)Edu foi campeão da Recopa com o Peixe em 1968

(Foto: Lincoln Chaves / globoesporte.com)


Nesta quarta-feira, às 19h (de Brasília), no Pacaembu, o Santos enfrenta a Universidad de Chile podendo conquistar o inédito título de campeão da Recopa Sul-Americana. Tal ineditismo, porém, limita-se ao atual formato do torneio, que envolve os campeões da Libertadores e da Copa Sul-Americana (desde 2003) e da Supercopa (de 1989 a 1998).


Entre 1968 e 1969, o Peixe disputou “outra” Recopa Sul-Americana – que apesar da nomenclatura, não tem relação com a competição a ser decidida nesta quarta. Na ocasião, o torneio reuniu os três clubes do continente que já haviam vencido o Mundial Interclubes (Santos, Racing-ARG e Peñarol-URU), em jogos de ida e volta. Com três vitórias nos três primeiros jogos, o título foi assegurado com uma rodada de antecipação, graças ao 3 a 2 aplicado no Racing, na Argentina - sem Pelé em campo no jogo decisivo.


Autor do gol que assegurou o título ao Santos na Argentina, o ex-meio-campista Negreiros ainda tem fresco na memória o lance derradeiro.


- Jogar na Argentina sem o Pelé é complicado. Foi um jogo muito duro. Lembro que o Cejas (goleiro do Racing) saía muito do gol. Tinha notado isso durante o jogo. No finalzinho da partida (43 minutos do segundo tempo), percebi ele fora da área, bati de longe e consegui surpreendê-lo - recordou.


Mais do que outra conquista internacional para o acervo santista, o título é visto por integrantes daquela equipe como um marco na transição da era Pelé no Santos. Afinal, aquele foi o momento em que ídolos como Zito, Mengálvio e Pepe (este último ainda no clube) davam espaço a então jovens promessas como Toninho Guerreiro, Clodoaldo, Manoel Maria, Edu e o próprio Negreiros.



Quem não quer não quer ganhar um título internacional? Não é uma final sem valor. Pelo contrário"


Edu



- Para nós, que éramos muito jovens, foi algo exuberante. Principalmente porque fomos capazes de dar sequência às conquistas daquele grande time do Pelé. Não deixamos a peteca cair - contou Negreiros.


- Foi um marco dessa transição de gerações e um título muito importante para todos. Na verdade, todo título internacional é importante, para qualquer equipe. Isso porque depois ainda disputamos outra Recopa (Interclubes), contra a Inter de Milão, e também fomos campeões - acrescentou Edu.


Até pelas boas lembranças da conquista de 44 anos atrás, Edu e Negreiros são unânimes em valorizar a decisão desta quarta e que pode culminar no segundo título santista em 2012.


- O Santos está no ano de seu centenário e todos os títulos são importantes. Ainda mais com o time tendo esses altos e baixos na temporada, acho que a Recopa tem de ser ganha de qualquer jeito. Vejo que é a última chance do time ser campeão este ano - avaliou Negreiros.


- Acho que a Recopa tem o mesmo peso (de outros torneios). Quem não quer não quer ganhar um título internacional? Não é uma final sem valor. Pelo contrário. Seria até interessante um encontro entre os campeões das Recopas (Sul-Americana e Europeia - no caso, o Atlético de Madrid). É uma competição muito importante - destacou Edu.


Santos e Universidad de Chile empataram sem gols no primeiro confronto da Recopa deste ano, em Santiago. Em caso de novo empate, será disputada uma prorrogação de 30 minutos (dois tempos de 15). Persistindo a igualdade, o campeão será conhecido nos pênaltis.


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RACING-ARG 2 X 3 SANTOS
Cejas; Raúl Cardozo, Perfumo, Alfio Basile e Chabay; Cominelli (Wolff), Rulli, Cárdenas (Lamelza), Silva, Salomone e Adorno.Claudio; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Joel e Rildo; Clodoaldo e Negreiros; Manoel Maria, Toninho Guerreiro, Douglas e Edu.
Técnico: Juan José Pizzuti.Técnico: Antoninho.
Gols: Silva (RAC), aos 10 minutos do primeiro tempo; Toninho Guerreiro, aos 2 e aos 7, Silva (RAC), aos 42 e Negreiros, aos 43 minutos do segundo tempo.
Data: 16/4/1969. Local: Estádio Presidente Perón, em Avellaneda (Argentina).
Árbitro: Armando Pena Rocha (Uruguai). Cartões vermelhos: Rulli (Racing), e Negreiros (Santos).