sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Equipe de Neymar trabalha para globalizar ainda mais o craque


Bruno Cassucci, Fellipe Lucena e Marcio Porto - 02/11/2012 - 06:00 Santos (SP)


Neymar já provou que é possível ser notícia em todo o mundo mesmo jogando no Brasil. Acostumado a estampar manchetes de jornais, revistas e sites de outros países e ser assunto nos quatro cantos do planeta, o craque santista foi elogiado até por Lionel Messi, vencedor das últimas três edições da Bola de Ouro. Mas o craque e a equipe de profissionais que trabalha com ele não se contentam com isso e querem ainda mais exposição internacional.


Todas as semanas, o staff da Joia recebe pedidos de entrevistas de jornalistas estrangeiros dispostos a virem ao Brasil falar com ele. Os responsáveis pela carreira do jogador filtram as solicitações e a cada dois meses marcam um dia para Neymar atendê-las. Quarta-feira, por exemplo, ele conversou com uma TV japonesa, um jornal espanhol e uma agência internacional de notícias. Além disso, em 2013 o site do atacante deve começar a ser alimentado com conteúdo em outros idiomas.


No entanto, grande parte da imagem de Neymar no exterior é trabalhada pelos patrocinadores dele. A Nike, por exemplo, tem o atacante como carro-chefe fora da Europa. Prova disso é que o santista é o único – com exceção de Cristiano Ronaldo, que tem uma linha individual de produtos – a ter uma chuteira exclusiva. Soma-se a isso o fato de haver banners com a foto do jovem na maioria das lojas da multinacional. A partir do ano que vem, camisas do Peixe também serão vendidas fora do Brasil.


O craque tem contrato com a Nike até 2022 e, de olho na Copa, seu staff já discute com a empresa a estratégia para os próximos três anos.


Neymar tem atualmente dez patrocinadores e ganha mais de R$ 3 milhões por mês. A equipe da Joia diz que não busca novos parceiros e afirma que já recusou diversas propostas de marcas que não se encaixam no perfil do globalizado astro.


Com a palavra:


Erich Beting, criador do site “máquina do esporte”, especializado em marketing esportivo


"A Copa de 2014 é o termômetro para a gente ver até onde Neymar pode ir em termos de marketing. Ele entra em dois anos cruciais. Dependendo do que fizer pela Seleção, poderá continuar aqui e será fenômeno mundial.


Já há repercussão, mas falta um desempenho que o consolide como um dos grandes do mundo. Para isso, é obrigatório ter boa performance na Seleção, não necessariamente jogar por Real Madrid ou Barcelona.


Ir para a Europa é um risco grande. Aqui, ele vai ser sempre protagonista. Lá, a gente não sabe.


O mercado brasileiro está aquecido, o país é um centro de atenção. Tanto que algumas empresas de televisão compram os direitos do Campeonato Brasileiro.


Neymar já tem bastante patrocínio. A grande pergunta é: até onde dá para ir com todos eles, dando retorno de fato? Ele hoje é um cara reconhecido por pessoas de dois e de 80 anos. É o único esportista no Brasil a conseguir isso. Ele dita tendência. O "Tchu-tcha-tchá" bombou a partir dele, "Ousadia e Alegria" virou música. Só vamos saber o limite disso quando ele parar de engajar as pessoas.