Ao longo do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, o técnico Muricy Ramalho acostumou-se a estar privado de escalar seus principais jogadores no Santos, seja por lesões ou convocações à seleção brasileira. Neste domingo, às 16h (de Brasília), diante do São Paulo, na Vila Belmiro, Neymar, Arouca (à serviço da Seleção) e Paulo Henrique Ganso (lesão na coxa esquerda) não estarão disponíveis - como na quinta, contra o Fluminense.
Outra vez, surge espaço - ainda que à contra-gosto do treinador, que já admitiu preocupação com ter que antecipar etapas dos atletas mais jovens - para a "quarta geração" de Meninos da Vila. Safra essa que reúne garotos que chegaram ao time principal entre o ano passado e o atual, liderada por jovens como Felipe Anderson (19 anos) Leandrinho (18 anos) e Victor Andrade (16 anos). Nem todos os garotos tendem a sair jogando - do trio, Felipe é o candidato mais forte a uma vaga entre os titulares, até por ser um dos santistas que mais atuaram na temporada (36 vezes). Mas é neles que está depositada boa parte da esperança do torcedor em ver o Santos menos dependente de suas estrelas.
João Paulo defende cautela com novos Meninos da
Vila (Foto: Lincoln Chaves / Globoesporte.com)
Apesar disso, um Menino da Vila "das antigas" defende que torcedores e analistas tenham paciência com a garotada. Trata-se de João Paulo, o "Papinha", ex-jogador do Peixe campeão paulista de 1978 ao lado de nomes como Ailton Lira, Juary e Pita. Para ele - que mora em Santos e participou de um evento envolvendo ex-jogadores de Peixe e Corinthians - é preciso ter cuidado para que meninos ainda em formação e atrás de espaço não sejam cobrados a repetir o que Neymar e Ganso fazem (ou já fizeram) em campo.
- Acho que a paciência é a melhor coisa, pois às vezes, podemos ficar desiludidos. O Santos teve a minha geração (1978), a de Robinho e Diego (2002) e a do Neymar (2010). Agora, surge a turma do Felipe Anderson, mas é preciso cautela. Temos que ser realistas. O Neymar já é uma realidade, enquanto os outros estão surgindo. Não se pode confundir as coisas. Ainda não dá para dizer onde eles podem chegar - analisou o ex-atacante, que também rechaçou comparações entre a "quarta geração" de Meninos da Vila e a dele.
- É difícil a comparação porque são épocas diferentes. Lembro que eu tentei me especializar em vários fundamentos. Apesar de não ser alto, era bom cabeceador. Buscava também explorar minha técnica, e treinava muito para isso. Porque futebol é viver dia a dia. Torcedor é muito apaixonado. Você faz uma coisa hoje e amanhã tem que repetir a mesma coisa, caso contrário é criticado – emendou João Paulo, que também já atuou por Flamengo, Corinthians, Palmeiras e no futebol japonês.
Meninos da Vila
Além do trio, o elenco santista conta, ataualmente, com outros cinco membros desta "quarta safra" de Meninos da Vila: Gabriel Gasparotto (goleiro), Gustavo Henrique (zagueiro), Alison, Alan Santos (ambos volante), Pedro Castro (meio-campista) e Geuvânio (atacante). O atacante Dimba foi emprestado ao Náutico, enquanto o zagueiro Rafael Caldeira foi cedido ao Bragantino no começo da Série B.