Nascido em Santos, Samarone fez história pelo
Fluminense (Foto: Reprodução / YouTube)
Adversários nesta quinta-feira pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro, Fluminense e Santos são clubes que dividem o coração de Wilson Gomes, o Samarone. De um lado está o Tricolor carioca, time que o ex-jogador defendeu entre 1965 e 1971 e pelo qual fez história, vencendo dois títulos estaduais (Cariocas de 1969 e 1971) e um brasileiro (1970). Do outro está o Peixe, equipe pela qual Samarone nunca chegou a atuar mas por quem tem um carinho todo especial: afinal, é nascido em Santos e torcedor do Alvinegro Praiano desde pequeno.
- O ideal seria o empate, né? (risos). Seria o resultado melhor para um torcedor como eu. Mas o maior desejo mesmo é o de ver um grande futebol, e que vença o melhor - projeta.
Samarone tem o coração dividido entre Santos e Fluminense desde a infância, já que apesar de santista (de nascimento e time), tinha como clube preferido no Rio de Janeiro justamente o Tricolor, para onde foi em 1965 depois de brilhar na Portuguesa Santista um ano antes. Na ocasião - foi dele o gol que deu o título da segunda divisão paulista à Briosa, em final contra a Ponte Preta, em Campinas.
- Acho que o caminho natural de todo jogador que consegue projeção em um time de menor porte é o de chegar a um clube de primeira categoria. Na Portuguesa Santista, chamei atenção de vários clubes brasileiros, como Fluminense, Palmeiras, e o próprio Santos. Culminou que o Fluminense, que não atravessava uma boa fase naquele momento, fez contato primeiro. Naquela época, era comum se torcer para um time em São Paulo e outro no Rio. E, coincidentemente, o Fluminense era para quem eu torcia no Rio - recorda.
Samarone defendeu o Flu de 1965 a 1971
(Foto: Reprodução / YouTube)
A experiência nas Laranjeiras foi marcante para Samarone. No Flu, ganhou a alcunha de "Diabo Loiro", por conta de seus chutes potentes - apelidados pelo locutor Waldyr Amaral como “Canhões de Samarone”, em referência ao filme "Os canhões de Navarone", que fez sucesso no começo da década de 60. Além disso, seu nome era rotineiramente lembrado nas famosas crônicas do escritor (e tricolor) Nelson Rodrigues.
- Em 70, quando fomos campeões brasileiros, o time marcou época. Talvez não fosse um time individualmente tão espetacular como o de 1974, do Rivelino, mas era uma máquina. Além de mim, tinha Félix, Denilson, Oliveira e Flávio, além de outros dois santistas: o Marco Antônio (lateral-esquerdo, campeão do mundo pela Seleção em 70) e Didi, meia-direita. Era um grupo coeso, bem mesclado entre jovens da base e jogadores experientes - lembra.
O carinho pelo Santos, porém, nunca esfriou, mesmo quando o Peixe era o rival do outro lado do campo.
- Por ser santista e torcedor, jogar contra o Santos sempre era uma experiência muito boa. Poder estar frente a frente com jogadores que fizeram parte da minha adolescência, como Pelé, Coutinho, Dorval, Mengálvio e Joel... Minha carreira começou cedo, já que com 18 anos eu já estava a caminho do Fluminense. Mas desde pequeno, sempre acompanhei o Santos. Tanto que hoje digo que sou torcedor do Santos e do Fluminense - define o ex-jogador.
Projeção
Apesar da torcida dividida, Samarone concorda que o momento do Fluminense antes da partida desta quinta - que será disputada no Engenhão, às 21h (de Brasília) é melhor que o do Santos. O Tricolor ocupa atualmente a vice-liderança do Brasileirão com 44 pontos, enquanto o Peixe é o 14º, com 26 pontos. Além disso, o Alvinegro Praiano não terá à disposição três de seus principais jogadores: Neymar, Arouca e Paulo Henrique Ganso.
- De fato, o Santos não passa por uma fase boa, devido aos desfalques. Já o Fluminense está mais bem armado e podendo dar continuidade ao trabalho durante o campeonato. Pelo momento, analisando a campanha dos dois times, acredito que o Fluminense tem mais capacidade para vencer nesta quinta - analisa.
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