quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Fanático pelo Santos, torcedor segue time e tem meta: '100% no centenário'


matéria do torcedor do Santos, André Luiz Oliva Tracchi (Foto: Arquivo Pessoal)André Luiz e o craque Neymar, no aeroporto antes

de viagem para ver o Peixe (Foto: Arquivo Pessoal)


"Te sigo por toda a parte". Você, torcedor santista que acompanha os jogos do clube no Brasil e mundo afora, já deve ter percebido a presença de uma faixa com estes dizeres nas arquibancadas de diversos estádios que receberam partidas do time. A frase não é meramente uma mensagem sem sentido. Se trata literalmente do que André Luis Oliva Tracchi, o Jerry, faz da vida: ir atrás do Peixe pelos quatro cantos do planeta. No ano mais importante do clube, o do centenário, ele impõe a si uma meta ousada: estar em todas as partidas da equipe nesta temporada. Até agora, garante, objetivo foi alcançado.


- Sempre quis ir em todos jogos do Santos no ano, e coincidiu. Pensei: "vou ser 100% no centenário" - conta, com bom humor.


Jerry está em Santiago, no Chile, para torcer pelo Alvinegro no primeiro jogo da Recopa Sul-Americana, entre Universidad de Chile e Santos, nesta quarta-feira, às 22h, no Estádio Nacional. Ele tem exatamente o mesmo número de "partidas" do Peixe no ano: 53. Dos 34 anos de vida, ele segue o clube há 18 anos, e durante a longa caminhada coleciona histórias felizes, mas também muitos apuros.


matéria do torcedor do Santos, André Luiz Oliva Tracchi (Foto: Arquivo Pessoal)André Luiz no palco da primeira decisão da

Recopa, em Santiago (Foto: Arquivo Pessoal)


A ideia de fazer a faixa surgiu exatamente antes do torneio mais importante do clube no passado recente: o Mundial de 2011, no Japão, em que o time foi derrotado pelo Barcelona, por 4 a 0. Foi justamente no caminho para a terra do sol nascente que Jerry passou por uma situação inusitada: foi preso no Vaticano, em Roma, na Itália, por estender a famosa faixa em frente ao local sagrado. O trecho fazia parte do roteiro da viagem rumo ao Japão.


- Quando fomos fechar (a faixa), vários turistas pediram para abrirmos de novo, e aí chegou a guarda pegando e querendo o nosso passaporte. Mas o meu estava com a minha mãe (Ana Maria Oliva Tracchi), que falou que não me conhecia e saiu (risos). Fomos para a delegacia e eles queriam entender o que estava escrito. Expliquei a eles que o Vaticano para eles era tão importante quanto o Santos é para mim, e ficaram irritados. Depois de uma hora, nos fizeram abrir a faixa em frente a delegacia, e liberaram - diz.


matéria do torcedor do Santos, André Luiz Oliva Tracchi (Foto: Arquivo Pessoal)André Luiz Oliva Tracchi e a faixa no Vaticano, antes da "prisão" (Foto: Arquivo Pessoal)


Apesar de curiosa, tal história não se compara com o sofrimento vivido pelo torcedor em 2004, quando foi para Bolívia assistir Jorge Wilstermann 2 x 3 Santos, em Cochabamba, na estreia do clube na Libertadores daquele ano. Entre trem, ônibus e até barco, em função de uma estrada quebrada no caminho, ele levou mais de dois dias para ir de Santos ao local da partida.


Entre as andanças, Jerry já conseguiu tirar foto ao lado de Neymar segurando sua faixa, nesta temporada, quando o Peixe enfrentou o Internacional em Porto Alegre, pela primeira fase da Libertadores. Depois de "fechar" o ano do centenário, ele quer o Rei Pelé em uma foto com o objeto.


Comerciante e dono do próprio negócio, o fanático diz, por fim, que alguns o chamam de louco e outros de rico. O dinheiro gasto com as várias viagens, aliás, é assunto do qual ele nem prefere falar ou calcular.


- Não penso, nem quero pensar. Dinheiro é para ter prazer mesmo.


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matéria do torcedor do Santos, André Luiz Oliva Tracchi (Foto: Arquivo Pessoal)André Luiz e a faixa esteve presente também no Mundial do Japão, em dezembro (Foto: Arquivo Pessoal)