sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Polêmicas #20: impedimento errado em tempo recorde e gol de braço


O lance mais curioso da 20ª rodada do Campeonato Brasileiro foi um gol de mão. Apesar de polêmico, foi totalmente regular, na opinião do comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba. Em sua análise, ele acredita que Rafinha, atacante do Coritiba, jamais conseguiria usar o braço intencionalmente para rebater um chute da defesa do Internacional em alta velocidade e mandar a bola para as redes.


Dois impedimentos mal marcados também chamaram a atenção. Em Volta Redonda, Hugo, do Sport, recebeu passe em posição legal e ficaria livre de cara para o gol do Flamengo. Nos Aflitos, destaque para o atacante Araújo, do Náutico, que foi injustiçado com menos de um minuto contado no relógio, em partida contra o Figueirense.


O equatoriano Tenório, do Vasco, também protagonizou jogada em que poderia ter balançado as redes do Grêmio não fosse decisão controversa do árbitro.


Confira as polêmicas a seguir:


Flamengo 1 x 1 Sport - Hugo estava em posição legal, Love é dúvida


O lance que gerou polêmica no Raulino de Oliveira foi o impedimento de Hugo, do Leão, aos 32 minutos do segundo tempo, marcado pela assistente Tatiana Jacques de Freitas. Após passe de Moacir, o atacante ficou livre de frente para o gol do goleiro rubro-negro Felipe. Para o comentarista André Loffredo, o jogador estava em posição legal. A jogada, contudo, foi de difícil percepção.


- Welinton dava condição - disse o analista.


Pouco depois, o mesmo lance aconteceu com o Flamengo. O meia Bottinelli lançou Vagner Love livre no campo do adversário, mas a assistente marcou impedimento, aos 37 do segundo tempo. Apesar da revolta do atacante com a marcação, Loffredo reconheceu a dificuldade da jogada.


- Mesma situação do impedimento do Hugo. Parece não estar, mas na hora do movimento da defesa saindo, do atacante entrando, é difícil incriminar o bandeira pela sua decisão - afirmou.


Náutico 3 x 2 Figueirense - Impedimento mal marcado de Araújo


O relógio mal marcou um minuto de partida nos Aflitos e a arbitragem se viu envolvida em um lance polêmico. A bola rolou e, na primeira jogada em campo, o atacante Araújo foi lançado livre, de cara para o gol de Wilson. O assistente mineiro Márcio Eustaquio Santiago assinalou impedimento do jogador do Timbu. O tira-teima, porém, mostrou que o mesmo estava em posição legal.


- Árbitro de futebol deve estar concentrado do início ao fim da partida. Lances decisivos ocorrem a qualquer momento. Faltou foco para o assistente. Um bom trabalho de concentração pouco antes do início da partida resolveria o problema - disse o comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba.


O segundo gol de Elicarlos, do Náutico, foi de difícil interpretação, mas o jogador estava em posição irregular ao receber o passe do meia Rogerinho. O lance, aos 19 minutos do segundo tempo, pode ter sido o mais difícil do campeonato, segundo Gaciba.


- Jogada para ser estudada. O gol é ilegal. A regra fala que o impedimento deve ser caracterizado sempre que um companheiro do atacante lançar “ou tocar” a bola para um jogador em posição de impedimento. Aí vem a grande dificuldade da jogada.


Coritiba 1 x 0 Internacional - Gol de braço de Rafinha gera dúvida


O gol do atacante Rafinha, do Coxa, aos 11 minutos do segundo tempo no Couto Pereira levantou polêmica pelo fato do jogador ter rebatido um chute do zagueiro Bolívar com o braço e mandar a bola, dessa forma, para as redes. O árbitro Péricles Bassols validou o tento. Na análise de Gaciba, o juiz acertou.


- Normalmente temos gol de pé direito, esquerdo, de cabeça. Menos comum de joelho, de calcanhar, de coxa, de peito. Raramente vimos gol de costas, de ombro, de “rosto”, de barriga e até mesmo com partes “íntimas”. Agora, gol de braço, creio que nenhuma estatística possua. E não estou falando de um gol que o atacante fez com a mão e o juiz achou que foi com a cabeça, este foi com o braço mesmo. E, pasme, o gol foi legal - disse o comentarista.


Para Gaciba, alguns fatores devem ser observados no momento da interpretação desta jogada.


- Em primeiro lugar a potência do chute de Bolivar que vai “quebrar” a bola que estava em uma zona de perigo. Bom, nem que tivesse a velocidade que Usain Bollt tem nos pés em seus braços conseguiria “tirar” o braço para que a bola não batesse nele. A distância do atleta do Coritiba da bola também é fator determinante. Percebam que instintivamente Rafinha ainda procura esconder o braço. Ou seja, movimentos e atitudes normais que não podem ser punidas - afirmou.


Santos 1 x 3 Bahia - Possível pênalti em Juan logo no início do jogo


O Peixe pediu um pênalti aos seis minutos do primeiro tempo na Vila Belmiro. O lateral-esquerdo Juan aplicou duas fintas no lateral-direito do Leão Neto e, na segunda, foi barrado com o braço do adversário. O árbitro Marcelo de Lima Henrique nada marcou. Para o comentarista Luiz Ademar, ele deveria ter marcado ao menos a falta em dois lances.


- Entendo que se não ia dar o pênalti, poderia ter dado dois lances. Tem braço, obstrução total - disse.


Grêmio 2 x 0 Vasco - Árbitro marca mão de Tenório, que não existiu


Um lance aos 7 minutos do segundo tempo, no Olímpico, poderia ter resultado em uma chance clara de gol para o Vasco não fosse uma interpretação controversa da arbitragem. Após uma cabeçada para o alto do volante vascaíno Eduardo Costa, a bola sobrou na entrada da área tricolor. No bate-rebate, o atacante do Time da Colina Tenório venceu a marcação e ficou livre para arrematar em direção à meta do goleiro Marcelo Grohe. O árbitro paulista Luiz Flávio de Oliveira assinalou, porém, mão do equatoriano, para desespero dos cariocas. Para o comentarista de arbitragem da TV Globo Renato Marsiglia, não houve ilegalidade na jogada.


- Foi decisão do árbitro. Não houve nada, nem falta do Tenório, nem toque também. Foi absolutamente acidental. Nem no braço pega. Errou o Luis Flávio de Oliveira, erro gravíssimo. O Tenório ia ficar na cara do Marcelo Grohe - disse Marsiglia.


Fluminense 1 x 1 Corinthians - Dois pênaltis pedidos que não ocorreram


Logo no início de jogo no Engenhão, a torcida do Tricolor reclamou de um pênalti do lateral-direito Alessandro sobre Carlinhos. Na análise do comentarista de arbitragem da TV Globo Arnaldo César Coelho, o árbitro Sandro Meira Ricci acertou ao marcar apenas tiro de meta.


- Não houve nada, jogador do Corinthians colocou o pé no chão e o Carlinhos encostou nele e caiu - disse o analista.


No segundo tempo, aos 3 minutos, os tricolores voltaram a pedir penalidade máxima após o atacante Romarinho, do Timão, levantar o pé suficientemente para acertar o rosto do zagueiro Leandro Euzébio, que ficou com a boca sangrando. Meira Ricci parou o jogo, não marcou a falta e acertou, na opinião de Arnaldo.


- Acertou, mas primeiro acerta a bola, e depois acerta o jogador. Não houve nada. Jogador do Fluminense até abaixou. Ele não foi de propósito lá em cima atingir a cabeça do jogador - disse Arnaldo.


São Paulo 4 x 2 Botafogo - Pênalti não marcado em Cidinho


Quando o placar marcava 1 a 0 para o São Paulo, o meia Cidinho, do São Paulo, foi derrubado pelo zagueiro Rhodolfo dentro da área, gerando muita reclamação dos botafoguenses. Para o comentarista Muller, pênalti claro.


- Foi pênalti. O Rhodolfo perde o controle da bola, o Cidinho antecipa e o Rhodolfo acerta a perna do adversário. Pênalti claro, o bandeira estava na frente e não deu.


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