Meia-atacante Gabriel é destaque no sub-17 do
Santos (Foto: Marcelo Hazan / Globoesporte.com)
Sempre que se viu com dificuldades para preencher determinados espaços no time principal, o Santos acostumou-se a recorrer às categorias de base. Em várias ocasiões, como nas já conhecidas gerações de Pita (1978), Robinho (2002) e Neymar (2010), a estratégia deu certo. Mas qual a próxima safra com chances de despontar com a camisa alvinegra? Para o técnico Muricy Ramalho , a resposta está na ponta da língua: a da atual equipe sub-17 do Peixe.
A principal característica a chamar atenção de Muricy entre os meninos do time juvenil é a presença de vários canhotos, em especial no meio-campo (setor que preocupa ao treinador). Algo raro no próprio time profissional e valorizado pelo treinador - que tem, inclusive, chamado o sub-17 santista em várias oportunidades para treinar com os reservas do Alvinegro.
- Toda semana, tenho trazido jogadores da base para treinar comigo. O sub-17 é um exemplo e é um time que possui vários meias canhotos. São cinco, seis, só entre os titulares. Na equipe de cima, além do Paulo Henrique Ganso (de saída para o São Paulo), temos (Gerson) Magrão, Juan, Léo e Durval. É muito pouco. Esse time (sub-17) pode ser que dê frutos daqui um tempo - avaliou.
De fato, alguns dos principais destaques do elenco juvenil do Peixe (que reúne meninos nascidos entre 1995 e 1996), entre meio-campistas e atacantes, têm a perna esquerda como ponto forte. Um deles é o meia-atacante Gabriel Barbosa, o "Gabigol", de 16 anos, negocia seu primeiro contrato como atleta profissional. Além dele, outros canhotos do sub-17 também chamaram atenção do treinador: o lateral-esquerdo Lucas Ybom, os volantes Serginho e Fernando Medeiros, o meia Carlos Vinícius e o atacante Caio.
O desempenho dos meninos do Santos no Campeonato Paulista da categoria chama atenção. Classificado para a terceira fase do Estadual Sub-17, o time comandado por Emerson Ballio está invicto: são 13 vitórias e três empates, com 37 gols feitos (Gabriel é o artilheiro, com nove gols) e apenas seis sofridos após 16 jogos. Essa mesma safra, aliás, foi vice-campeã paulista sub-15 em 2010 e deve se tornar mais conhecida dos torcedores a partir de janeiro de 2013, com a disputa da Copa São Paulo.
Por sua vez, no sub-20 - que é a categoria anterior ao profissional e da qual Muricy teve de recorrer este ano por conta dos desfalques ao longo do Brasileirão - o treinador vê uma safra de jogadores cuja principal característica é a "correria".
- Na base, é difícil encontrar um (camisa)10 ou (camisa) 8. Até o momento, vemos muita gente de ligação, carregadora de bola, de correria. Não tem, por exemplo nenhum canhoto parecido com o Ganso. Mas no momento que sentirmos que algum deles tem essa condição, trazemos (para o time profissional) e damos um pouco de orientação - considerou.
Vale lembrar que dos sete meias atualmente no elenco profissional do Santos, quatro são formados na Vila Belmiro, sendo que apenas Ganso tem a característica de armador. Além dele, também provêm da base Felipe Anderson, Leandrinho e Pedro Castro - os dois últimos foram para o time principal este ano, após disputarem a Copinha.
Sub-17 do Santos, no Paulista da categoria (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo / Divulgação Santos FC)
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