Rico foi o carrasco do Peixe, em 2003
(Foto: Reprodução / TV Tribuna)
Campeonato Paulista de 2003, Estádio Ulrico Mursa, em Santos. De um lado, nomes como Robinho, Diego, Renato e Elano defendendo o Santos, então campeão brasileiro. Do outro estava a Portuguesa Santista, que não sabia o que era vencer o Dérbi santista - como é conhecido o confronto entre Peixe e Briosa - há 33 anos. O favoritismo natural estava todo nas mãos do Alvinegro. Mas em uma noite marcada por um forte temporal, relâmpagos e falta de luz, a Rubro-Verde aprontou e bateu os Meninos da Vila 2 a 0.
A vitória, ainda inesquecível para os torcedores da aniversariante Portuguesa Santista - que comemora 95 anos de fundação nesta terça-feira - é também marcante para o grande nome daquela noite: o atacante Rico, autor dos dois gols do triunfo rubro-verde. No primeiro deles, aproveitou uma bola rebatida na entrada da área e bateu forte, no canto esquerdo de Fábio Costa. O segundo foi o mais bonito: após lançamento do campo de defesa, Rico partiu em velocidade, deixou Preto e Fábio Costa para trás antes de tocar para as redes.
- Aquela vitória contra o Santos foi um dos momentos mais marcantes da minha vida. Lembro que o seu Pepe (técnico da Briosa em 2003) disse para nós antes da partida que apesar da história construída lá (no Santos), ele não queria perder de jeito nenhum (risos). Nosso time era muito unido, e foi uma festa grande com a vitória. Entramos com muita vontade, e de quebra tiramos o Santos daquele Paulista - lembra Rico, hoje no Náutico.
O resultado em Ulrico Mursa foi o ponto alto daquela que foi a melhor campanha da história da Portuguesa Santista na elite do futebol paulista. Na ocasião, a Briosa encerrou a primeira fase invicta, com a segunda melhor campanha do Estadual e a liderança de seu grupo, que além do Santos, tinha ainda o São Paulo - com quem o time da Baixada empatou por 1 a 1 no Morumbi.
Atacante gostaria de um dia retornar para a Briosa (Foto: Terni Castro / GloboEsporte.com)
Nas quartas de final, a Portuguesa Santista segurou um empate sem gols com o Guarani em casa para alcançar as semifinais, quando teve no reencontro com o São Paulo. Dessa vez, porém, a Briosa não teve a mesma sorte: perdeu por 5 a 0 no Morumbi e por 1 a 0 no jogo de volta, na Vila Belmiro. Apesar disso, a campanha valeu o terceiro lugar no Paulistão e a vice-artilharia da competição a Rico, com sete gols - Luis Fabiano, com nove, liderou a estatística.
- Essa passagem pela Portuguesa eu nunca mais esqueci. Aquele foi um grupo muito bom, que teve um apoio muito grande do seu Pepe. Ficamos marcados por aquela atitude de pintarmos o cabelo de amarelo, mostrando união. Seja aqui no Recife, no São Paulo ou mesmo quando estive fora do Brasil, no Oriente Médio, sempre me identificavam como o Rico da Portuguesa - conta o atacante, que lamenta o momento atual do time rubro-verde, hoje na quarta e última divisão de São Paulo.
- Fico triste de ver a Portuguesa Santista nessa situação. Se pudesse um dia voltar para ajudar o time a volta à primeira divisão, com certeza iria, sem problema nenhum. Gosto da Briosa e de Santos, me dou muito bem com todos lá. Se um dia puder, com certeza vou querer retornar para a Portuguesa - conclui.
Maurício; Nelsinho, Zambiasi, Nenê e Adavilson; Vandir, Adriano, Fabrício e Souza; Rico (Marlon) e Elizeu (Reinaldo). | Fábio Costa; Reginaldo Araújo (Nenê), Preto (Pereira), Alex e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego (Júlio Sérgio); Robinho e Ricardo Oliveira |
Técnico: Pepe | Técnico: Emerson Leão |
Gols: Rico (PSA), 21' 1ºT; Rico (PSA), 39' 1ºT. | |
Cartões amarelos: Vandir e Adavílson (SP); Elano e Robinho (S). Cartões vermelhos: Nelsinho e Fabrício (PS); Fábio Costa (S). | |
Local: Estádio Ulrico Mursa, em Santos (SP). Árbitro: Romildo Correia. Público e renda: não divulgados Data: 12 de fevereiro de 2003; quarta-feira, 21h. |