Wesley, em treino do Verdão (Foto: Marcelo Prado)
- Um dia ele vai voltar e será recebido de novo, com tapete vermelho e as honras de um jogador símbolo do Santos.
A frase é do presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro em referência a Wesley , na despedida do então volante do Peixe para o Werder Bremen, da Alemanha, em agosto de 2010. Na época, o dirigente não poderia imaginar que o retorno do jogador àquela mesma Vila Belmiro, em que o atleta fora homenageado com uma placa e camisa comemorativas, seria como adversário, pelo Palmeiras. É justamente isso o que ocorrerá neste sábado, às 16h15m, no clássico com mando santista, em jogo único válido pelas quartas de final do Campeonato Paulista.
Wesley voltará a sua antiga casa, mas sem o tapete vermelho previsto pelo presidente santista, tampouco como jogador símbolo. Em vez disso, o volante usará a camisa do rival Verdão e não terá recepção amistosa.
– É um jogo só e quem sair com o resultado segue na competição. Se fosse um jogo normal, os torcedores poderiam ver de outra forma. Não sei o que pode vir a acontecer e esperamos sair com a classificação. Creio que possa haver um pouco de hostilidade, mas não fico pensando. Saí de uma forma tranquila. Não sei o que me espera, mas estou tranquilo.
Creio que possa haver um pouco de hostilidade, mas não fico pensando. Saí de uma forma tranquila. Não sei o que me espera, mas estou tranquilo"
Wesley
Formado nas categorias de base do Santos, Wesley conhece bem a força da Vila Belmiro. Para o bem e para o mal. Foi lá onde o atleta recebeu diversas críticas na primeira passagem, de 2007, quando subiu ao profissional, até 2009, momento em que foi emprestado para o Atlético-PR. No retorno, mais maduro, em 2010, porém, ele conheceu o lado positivo do estádio, quando recebeu elogios nas campanhas dos títulos Paulista e da Copa do Brasil.
Visto como “motorzinho”, Wesley era peça-chave na equipe de Dorival Júnior que reunia ainda Arouca, Paulo Henrique Ganso, Neymar, Robinho e André do meio para a frente. No total, foram 89 jogos e dez gols pelo Peixe, sendo dois deles nas finais do Paulista de 2010, contra o Santo André. Além da ligação com o clube, o jogador tem raízes na cidade de Santos, onde se casou com a mulher Thatiane e vive até hoje.
– É uma cidade muito tranquila. Gosto muito da minha casa lá, é um lugar confortável onde descanso bastante. Passei muitas experiências boas para a minha carreira no Santos. Tive momentos de glória, fazendo gols em momentos importantes.
Um destes gols importantes pelo Santos foi na vitória por 3 a 1 contra o Grêmio, pela semifinal da Copa do Brasil de 2010. O resultado abriu caminho para a classificação à decisão, contra o Vitória, que culminou no título da competição. Atuando como um meia de armação no Palmeiras, Wesley tem como função principal servir seus companheiros. Mas sabe que pode acabar fazendo a diferença no confronto contra seu ex-time.
– Não sou de fazer gols, mas em momentos decisivos a bola costuma sobrar. Tomara que a chance apareça e que eu possa fazer. Mas se não for eu (quem fizer o gol, sem problemas), o importante é a gente se classificar.
Assim como nos tempos de Santos, Wesley é um dos jogadores responsáveis por manter o astral em alta no Palmeiras. É ele quem comanda as brincadeiras. Fora dos campos o bom humor também é notável. Tanto que os adversários deste sábado se lembram bem disso.
– Reencontrar o Wesley será maravilhoso. Ele é brincalhão, até dentro do jogo. Mas é futebol e ele está do outro lado. Ele vai defender o Palmeiras, e nós, o Santos. Dentro de campo tudo muda e cada um defende o seu – disse Léo, lateral do Peixe.
