Alyson Gonçalo, Bruno Cassucci e Guilherme Amaro - 04/10/2013 - 08:19 São Paulo (SP)
Aos 44 minutos do segundo tempo, Cicinho arrancou em velocidade e cruzou na medida para Léo marcar o terceiro do Santos no clássico contra o São Paulo, quarta-feira. Quem viu a jogada que terminou no gol, mal imagina que o lateral-direito tinha um desequilíbrio muscular quando chegou ao Peixe, no fim de junho.
Contratado depois de se destacar na Ponte Preta, Cicinho realizou trabalhos para melhorar a parte física e hoje está em uma “excelente” forma, como classificou Ricardo Rosa, preparador do Santos. A expectativa ainda é de que o lateral possa evoluir mais fisicamente até o fim da temporada, apesar da maratona de jogos do Brasileirão.
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– Junto com o Luis Fernando Barros (fisiologista), fizemos uma série de trabalhos e ele tem melhorado em relação ao desequilíbrio muscular que ele tinha. Assim como todo o grupo do Santos, está em um ritmo físico excelente. Mas, com certeza, posso dizer que o Cicinho é um jogador privilegiado no aspecto físico – afirmou Rosa.
A velocidade e o fôlego não são de hoje: desde criança, Cicinho se destacava entre os colegas por ser muito rápido. No entanto, apesar da qualidade, ele nunca pensou em seguir carreira no atletismo.
– Quando era criança, corria muito mesmo, me destacava um pouco em relação às crianças. Só corria, corria (risos). Mas o meu sonho era o futebol mesmo, então aliei isso e me dediquei muito para chegar aonde estou. Na base, me destaquei muito por conta disso e graças a Deus aquela correria agora está dando fruto – contou.
Após mais de três meses no clube, Cicinho diz que vive seu melhor momento. No domingo passado, contra o Atlético-MG, fez seu primeiro gol pelo Santos. Na quarta-feira, deu duas assistências e foi um dos principais jogadores do time no clássico. Agora, ele busca ajudar o Peixe a conseguir uma vaga para a Libertadores de 2014.
– Eu fui muito bem recebido aqui no Santos, tem ótimos jogadores e vem dando certo. Espero evoluir cada vez mais para continuar ajudando essa equipe, que me acolheu de braços abertos. A cada jogo procuro correr muito, não paro, e espero continuar dessa forma, com muita determinação para poder brigar lá em cima e beliscar uma vaga para a Libertadores – disse.
O desejo de Cicinho não é utópico, já que o Santos encostou de vez no G4 do Brasileirão: está com 36 pontos, cinco a menos que o Atlético-PR, quarto colocado. De olho na Libertadores, o Peixe sabe que poderá contar com fôlego do lateral.
Confira o bate-bola com Cicinho, em entrevista exclusiva ao L!Net:
Como é o trabalho para ter tanto gás no fim da partida?
A minha característica desde a base sempre foi a velocidade, sempre que ia fazer trabalho em cima disso, eu me destacava e procurava aprimorar nos treinos para que eu pudesse evoluir. Fui abençoado com esses fôlego e físico e venho trabalhando sempre para fazer o meu melhor nos jogos. Foi com essa característica que tive gás para ajudar o Santos no jogo contra o São Paulo. Me superei e tive sorte para acertar os cruzamentos.
Onde começou a correr tanto?
No futebol, comecei a aprimorar esse aspecto em uma escola que se chama Flamenguinho, um time de Belém, onde fiquei na base. Aí o Remo me chamou para fazer o teste, fui bem, fiquei dois anos lá, depois fui para o Juventude, Brasiliense, passei dois anos e depois fui para Ponte, onde deu um “up”, fui bem no Paulistão e Brasileirão.
Tudo foi muito rápido, e hoje você está brilhando no Santos...
A gente sempre sonha alto. Em uma entrevista antes, disse que meu sonho era jogar no Remo, que para mim era o “top” demais. E ai fui galgando coisas maiores: Juventude, Brasiliense, Ponte e, hoje, graças a Deus, estou aqui no Santos podendo mostrar meu futebol.
Você costuma assistir a atletismo? Se inspira no Bolt para dar essas arrancadas?
É um grande atleta, gosto de assistir, é um ícone do esporte mundial. Mas prefiro ficar no futebol mesmo, é mais a minha praia (risos). Sempre gostei de atletismo, corria bastante quando moleque.
Lateral põe fim ao fantasma da camisa 4 do Santos
Com boas atuações, Cicinho tem ajudado o Santos a exterminar um antigo fantasma que assombra a camisa 4 do clube. Nos últimos anos, o Peixe apostou em diversos laterais-direitos, mas nenhum deles conseguiu ter sucesso no time.
Após a saída do lateral Danilo, que brilhou no título da Libertadores e hoje atua no Porto (POR), vestiram a camisa 4: Fucile, Crystian, Douglas, Bruno Peres, Galhardo e Alan Santos (improvisado). Nenhum deles conseguiu se firmar.
Antes de Danilo, o clube também sofreu com a posição. Cicinho evita o rótulo de salvador, mas comemora o fim dos problemas na lateral santista.
– Até pela concorrência, com o Galhardo e o Bruno Peres, ótimos jogadores, todo jogo tenho que dar o máximo, pois sei que, se vacilar, vou perder a posição. Eu faço de tudo para espantar esse fantasma aí, ajudar meus companheiros e o Santos. Graças a Deus vem dando certo – comemora o lateral.
