terça-feira, 1 de outubro de 2013

Claudinei diz não ser discípulo, mas elogia e lembra histórias de Muricy


Alyson Gonçalo e Bruno Cassucci - 01/10/2013 - 07:34 Santos (SP)


Claudinei - Treino do Santos (Foto: Ivan Storti/ LANCE!Press)


Claudinei Oliveira teve pouco contato com Muricy Ramalho. Embora tenha dirigido o sub-20 do Santos no período em que o multicampeão comandava os profissionais da equipe, a relação era distante. Nem por isso menos cordial.


O hoje técnico do Peixe guarda poucas, mas boas recordações do adversário de amanhã no San-São da Vila Belmiro. Uma das lembranças mais especiais para Claudinei revela a simplicidade de Muricy, característica admirada por seu sucessor.


– Fui participar de um treino da base contra os profissionais e perguntei ao Muricy como ele gostaria que eu armasse o sub-20 para ele ensaiar o time dele taticamente. Quando fui mostrar a formação no campinho, ele viu como era velho meu material e pediu para o Nei (Pandolfo, ex-gerente de futebol) me dar uma prancheta nova. Uso ela até hoje! – contou Claudinei, ao LANCE!Net.


Nos treinos, porém, havia pouco diálogo. Muricy preferia ficar próximo da sua comissão técnica e, ao seu estilo fechado, não buscava o diálogo com Claudinei. Por sua vez, o técnico dos juniores não queria parecer intruso. Assim, hoje ele evita a alcunha de discípulo ou aprendiz do tricolor.


No entanto, o atual treinador santista garante que, mesmo à distância, aprendeu bastante naquela época. Mais do que isso, passou a admirá-lo e até defendê-lo. Claudinei não gosta de ouvir, por exemplo, que deu mais chances aos garotos da base do que Muricy. Embora isso seja fato, ele encontra argumentos para defender o técnico são-paulino.


– Ele tinha mais opções de jogadores experientes, menos espaço para lançar os garotos, não concordo que não gostava deles. Eu via o carinho dele com meninos – comenta.


Separados por anos de carreira, diversos títulos e um zero à direita no salário, Claudinei e Muricy Ramalho se reencontram amanhã, em clássico que pode reaproximá-los, pelo menos na tabela do Brasileirão. Quem leva?


Bate-Bola com Claudinei Oliveira, técnico do Santos, em entrevista exclusiva ao LANCE!Net, no CT Rei Pelé


Apesar de ganhar mais de R$ 700 mil, Muricy se dizia um técnico barato na época de Santos, pois, segundo ele, dava muito retorno. Você ganha muito menos. Também se considera barato, como ele?

Eu não me considero nada, estou começando agora. Se o termo barato for num aspecto positivo, vamos avaliar isso depois, talvez quando o Alison for vendido, por exemplo. Ele estava saindo do clube, com o fim do contrato e eu dei chances a ele. Ou se o Gustavo Henrique vingar e se firmar como grande zagueiro, quanto ele vai valer? O mérito é deles, não meu, mas a gente está encaminhando algumas situações que podem ser interessantes para o clube, mas não sou o responsável.


Quais suas principais diferenças e semelhanças para o Muricy?

Diferenças? Três Brasileiros, uma Libertadores, sei lá quantos Paulistas... É enorme, ele ganhou tudo, eu não ganhei nada ainda. Não posso me comparar com ele, seria prepotente. Ele tem o jeito dele e eu, o meu. Espero alcançá-lo.


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