Só no eixo Rio-São Paulo, 20 milhões de pessoas acompanham futebol pelas 30 rádios que transmitem partidas ao vivo. Apesar do número grandioso, isso gera uma concentração dos investimentos que influencia na realidade das emissoras de outras regiões do país, onde o microfone da rádio esportiva se torna sinônimo de resistência e sacrifício. Acompanhar o lanterna Náutico em sua trajetória no Campeonato Brasileiro deste ano, por exemplo, não é o melhor dos mundos para os radialistas de Recife, como mostra o .
- É muito difícil fazer rádio no Recife, geralmente tem dificuldades para fazer as viagens, no máximo conseguimos mandar um profissional, e nem sempre para todos os jogos. A transmissão fica a dever para outros mercados. Se você comparar, quando tem um jogo no Recife com equipes de São Paulo, praticamente todas que cobrem o futebol mandam pelo menos um profissional - relata Vitor Araújo, repórter da Rádio CBN/PE.
Radialista catarinense Zildo Lemper acompanha o Criciúma (Foto: Reprodução / SporTV)
Se cobrir o Náutico na lanterna não é fácil para os radialistas pernambucanos, aqueles profissionais que cobrem o Criciúma, 18ᵒ colocado no Brasileirão, também não têm vida fácil. Zildo March Lemper, repórter da Rádio Eldorado/Criciúma, enfrenta muitas dificuldades para cobrir o futebol de Santa Catarina.
- A gente acompanha o Criciúma em todo o país, independente de onde seja o jogo, seja na Série B, em que se viaja muito ao Nordeste, ou na Série A, em todos os jogos temos equipe completa. A rádio investe, digamos, 80% da sua programação na cobertura do Criciúma, que é ampla e irrestrita com as notícias do clube.
O Náutico, virtualmente rebaixado, soma apenas 17 pontos na última colocação do Brasileiro, enquanto o Criciúma, duas posições acima e com 32 pontos, ainda luta para escapar da degola. Os dois times voltam a jogar no fim de semana. O Tigre joga antes, no sábado, contra o líder Cruzeiro, no Mineirão, e o Timbu joga na Arena Pernambuco no domingo, diante do Goiás.