domingo, 6 de outubro de 2013

Titular contra a Lusa, Vladimir leva aprendizado do jiu-jitsu e muay-thai


Bruno Cassucci e Guilherme Amaro - 06/10/2013 - 09:02 São Paulo (SP)


Vladimir - Treino do Santos (Foto: Ivan Storti/LANCE!Press)


Vida de goleiro não é fácil. Para o reserva de um time, então, a missão costuma ser mais dura. O atleta costuma treinar no dia a dia à espera de uma oportunidade, que dificilmente aparece, já que goleiro raramente se lesiona e recebe cartões. No Santos, a chance apareceu para Vladimir, que será titular no confronto deste domingo, às 18h30, com a Portuguesa, no Canindé, porque Aranha recebeu o terceiro amarelo no clássico contra o São Paulo.


Pouco conhecido da torcida, já que ainda não atuou em uma partida oficial neste ano, Vladimir tem um hobby fora do futebol: ele luta jiu-jitsu e muay-thai. Os outros esportes perderam espaço na vida do goleiro, que dedica grande parte do tempo do dia aos treinos do Peixe. Outro fator que o fez deixar de praticar as lutas foi o nascimento do filho. No entanto, quando há um tempo livre disponível, ele corre para a academia para praticar a arte marcial e encontrar os amigos.


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O goleiro leva os aprendizados das lutas para dentro de campo, mas também faz o papel inverso: leva o preparo físico que tem para conseguir praticar a arte marcial.


– Nas artes marciais eu aprendi principalmente o respeito de conviver com pessoas diferentes, de um querendo ajudar o outro, apesar de querer vencer. Motivação, também. A arte marcial tem que ser encarada como esporte, não como briga ou sair querendo dar porrada nos outros. Eu também pretendo levar o futebol para dentro da arte marcial, porque meu negócio é esse, arte marcial é só com os amigos mesmo – afirmou Vladimir, em entrevista exclusiva ao LANCE!Net.


Nascido em Ipiaú, na Bahia, o goleiro de 24 anos tem físico de lutador. De acordo com o site oficial do Santos, ele tem 1,90 metro de altura e pesa 91kg. Para o jogo deste domingo, contra a Portuguesa, Vladimir quer lutar para deixar os gols do Canindé pequeno para os atacantes adversários. Força e inspiração é o que não vão faltar para ele.


Inspiração também nos rivais


Não é apenas nas artes marciais que o goleiro Vladimir busca inspiração. O atleta acompanha os adversários da posição para tentar melhorar na carreira.


– Na minha infância eu vi Marcos, Rogério, Dida, Fábio Costa... Uma leva sensacional de goleiros. Depois, quando comecei a entrar no futebol mesmo, atuando nas categorias de base, passei a tentar tirar o melhor dos outros goleiros. Não só os que trabalhei na carreira, mas de todos, os de outros times também – disse Vladimir.


Aos ser questionado sobre quem é o melhor goleiro do Brasil, Vladimir se esquivou e voltou a elogiar os colegas de posição. Antes da resposta, ele foi avisado que não poderia eleger Aranha.


– O Aranha está excelente, mostrando muito trabalho. Mas o Brasil tem vários. O Weverton do Atlético-PR está fazendo ótimo campeonato, tem Rogério, Cássio... Tem muitos no mesmo nível, é difícil apontar um – analisou.


Confira o bate-bola com Vladimir:


Quando você começou a praticar artes marciais?

Foi quando eu vim para São Paulo. Já tem um tempo. Lá na Bahia não tinha oportunidade. Aqui fiz grandes amizades, aí apareceu o convite.Às vezes vou lá com os amigos, assisto e gosto. Mas é mais pelos amigos, nada para levar a sério. Sempre que tem uma folga vou lá, dou um abraço nos amigos, vou nas férias e pratico. Acaba não dando mais muito tempo para praticar.


Mas não se machuca muito lutando? Machuca mais que o futebol?

No campo, jogando futebol, é onde a gente dá a vida. Lá é apenas o lazer, para curtir, esquecer as coisas do dia a dia. É no campo que a gente sai com olho roxo, a boca cortada... (risos)


Você jogará sua primeira partida oficial neste ano? Está ansioso?

Não esquento a cabeça com isso porque trabalho para cumprir meu papel dentro de campo. Mas é lógico que fico ansioso, porque não venho jogando. Tenho que encarar essa situação com naturalidade, até porque esse é nosso trabalho.


O Lauro se destacou por fazer gols de cabeça nos minutos finais? Vai se arriscar também?

Não, melhor não arriscar. Defender já está difícil, imagina fazer gol (risos). Quando eu era criança, na escola, ainda jogava na linha, mas meu negócio é o gol.


Você ainda não teve chance como titular no Santos...

Tem que aceitar. É esperar e mostrar quando tiver a oportunidade.