A eliminação nas semifinais da Taça Libertadores da América para o Corinthians e o início ruim no Campeonato Brasileiro fizeram com que a Recopa Sul-Americana fosse olhada com mais carinho pelo Santos. O Peixe começa a decidir o torneio nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), contra a Universidad de Chile, em Santiago, e é por meio da antes ignorada competição que o Alvinegro tem a chance de repetir, em 2012, uma marca que vem sendo alcançada há duas temporadas: a da conquista de dois títulos por ano.
Não à toa, se há um mês a Recopa sequer era discutida entre os próprios jogadores - até mesmo pelo momento irregular vivido pela equipe no Brasileirão, no qual o Peixe à época brigava contra o rebaixamento - nos últimos dias o torneio ganhou evidência e importância no discurso dos próprios atletas.
Santos embarcou para disputa da Recopa na segunda à tarde (Foto: Marcelo Hazan / Globoesporte.com)
- Para a gente, é a possibilidade de mais um título, mais uma conquista imporante, para nós e ao próprio Santos. Então, estamos motivadíssimos para conquistar esse título - garantiu o lateral-esquerdo Juan, que deverá ser titular na partida de Santiago.
- (A Recopa) É uma competição muito importante. Por termos feito uma grande Libertadores no ano passado é que ganhamos o direito a disputar esse torneio. Então, vamos lá buscar mais um título - emendou o volante Adriano.
A marca que o Santos busca atingir pelo terceiro ano consecutivo começou a ser estabelecida em 2010. O primeiro título do ano foi o Paulista, contra o Santo André - o primeiro da geração de Neymar e Paulo Henrique Ganso. Em seguida, o Peixe levantou a Copa do Brasil, ao superar o Vitória na final - desde 1968, quando levantou quatro troféus (Supercopa Sul-Americana, Recopa Intercontinental, Taça Brasil e Paulistão) o Alvinegro não vencia pelo menos dois títulos no mesmo ano.
No ano seguinte, o Santos conquistou o bicampeonato paulista - desta vez, superando o rival Corinthians na final - e deixou uma fila de 48 anos ao ser campeão da Libertadores pela terceira vez na história, batendo o Peñarol, do Uruguai, na decisão. O Peixe ainda disputou uma terceira final no ano - em dezembro, o Alvinegro decidiu o Mundial de Clubes contra o Barcelona, mas foi goleado por 4 a 0 e ficou com a medalha de prata.
Veio então 2012, e o ano começou com mais um título paulista, desta vez derrotando na final o Guarani - desde 1969 o Peixe não obtia o tricampeonato estadual. O adeus à Libertadores nas semifinais após o empate por 1 a 1 com o Corinthians no Pacaembu (o Santos perdeu o primeiro jogo por 1 a 0, na Vila Belmiro), no entanto, fez com que o Brasileirão se tornasse o alvo prioritário dos santistas para a manutenção da média de títulos na temporada.
O problema é além dos pontos perdidos já nas primeiras rodadas da competição - quando o foco do time ainda era a Libertadores e a equipe foi a campo com reservas -, o Santos ainda sofreu com a perda de Neymar, Ganso e Rafael durante oito rodadas do Brasileirão, devido à convocação dos jogadores para as Olimpíadas. Até o trio retornar de Londres, o Peixe brigou nas últimas posições e sequer havia marcado gols fora de casa.
Com os selecionáveis de volta, o Alvinegro reagiu e já emplacou uma série duas vitórias seguidas (3 a 1 no Figueirense, na última quinta, e 3 a 2 no Corinthians, no domingo). O título nacional, porém, está distante. Com 23 pontos após 18 partidas, o Peixe ocupa o 12º lugar e está 19 pontos atrás do líder Atlético-MG. Assim, a Recopa desponta como o troféu mais palpável em disputa para Neymar e companhia.
Com Neymar e Ganso, Santos busca segundo título de 2012 (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
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