sábado, 25 de agosto de 2012

Pressionado e com futuro incerto, Ganso vira a incógnita do clássico


Bruno Cassucci

Fellipe Lucena

Marcio Porto


25/08/2012 - 08:00

Santos (SP)


O meia Paulo Henrique Ganso passou de unanimidade a incógnita no futebol brasileiro e é difícil prever como será sua participação no clássico contra o Palmeiras, neste sábado. A situação surge principalmente por conta da negociação que se arrasta com o São Paulo.


O próprio jogador, que se define como introspectivo, ajuda a alimentar a dúvida sobre qualquer ação. No último treino antes do jogo, ele mostrou-se pouco participativo e até deixou o gramado mais cedo, aparentemente sem ânimo para participar das brincadeiras dos colegas. No discurso, costuma dizer que está feliz no Peixe, mas esta semana disse que seria um prazer defender o Tricolor e jogou a bola para a diretoria.


As pessoas próximas do meia dividem-se em opiniões que muitas vezes soam igualmente contraditórias. O técnico Muricy Ramalho, por exemplo, não conseguiu explicar claramente o que acontece com seu jogador, bombardeado com a possibilidade de atuar no rival.


Nesta sexta, em entrevista coletiva, Muricy disse primeiro que Ganso está tranquilo e que por isso não tem conversado com ele, mas depois cobrou uma definição rápida, preocupado com o camisa 10.


- Tem de tirar todas dúvidas, senão o jogador é prejudicado. Fica com muitas coisas na cabeça. Cada hora é uma conversa, uma proposta, outra proposta, isso prejudica - afirmou o comandante santista.


A psicóloga Sonia Román, que trabalhou nas categorias de base do Santos por dez anos e acabou demitida em novembro de 2010, sugeriu um acompanhamento para auxiliá-lo, mas revelou ao LANCENET! que o jogador já a descartou.


- Conversei com uma pessoa muito próxima do Ganso e falei que vejo uma nuvem cinza sobre ele. Eu mexeria nessa nuvem, mas a pessoa falou que ele acha que está bem, que não precisa de nada - diz.


Na "zona de conforto" e "tranquilo demais", como define a psicóloga, Ganso terá outra carga para suportar diante do Verdão. Isso porque a Torcida Jovem, maior facção organizada do Santos, promete protestar. Os torcedores não cantarão o nome do meia e o cobrarão pela relação com o São Paulo gritando: “Não é mole, não, Paulo Henrique mais respeito com o Peixão”.


Em campo, Muricy diz que seu atleta está feliz e espera resposta positiva. Os santistas também. Ídolo? A resposta é com Ganso.