Alyson Gonçalo
Bruno Cassucci
Publicada em 15/08/2012 às 06:00
Santos (SP)
De falta de jogadores, pelo menos, o técnico Muricy Ramalho não pode mais reclamar. Com a chegada do atacante André, o elenco santista passou a ter 38 atletas e, assim, o Peixe encerrou o ciclo de contratações em 2012.
Se por um lado sobram opções para o treinador, por outro o clube vê a folha salarial aumentar e alguns jogadores ficarem encostados, por conta do plantel “inchado”. Um exemplo claro é o lateral-esquerdo e meia Gérson Magrão, contratado no começo do ano, que sequer vem sendo relacionado.
Apesar de ter o maior elenco dentre os grandes do Estado (São Paulo tem 33, Corinthians, 30, e Palmeiras 35), a diretoria santista diz estar satisfeita com o atual grupo de atletas.
– Muricy queria um camisa 9, e contratamos o André. Precisávamos de um meia, e o Ganso voltou. Estamos de olho no mercado, mas, agora, a tendência é mesclar jovens da base com as opções que já temos no plantel – afirmou Odílio Rodrígues, vice-presidente alvinegro.
O elenco “recheado” também cria uma maior concorrência por espaço no time. E a competição é grande. No ataque, por exemplo, são oito nomes (André, Bill, Dimba, Geuvânio, João Pedro, Miralles, Neymar e Victor Andrade) para duas vagas, sendo que, além dos nomes citados, o argentino Patito pode atuar na posição.
Curiosamente, há pouco tempo atrás, Muricy se queixava de dificuldades para “montar” o banco de reservas, devido a falta de atletas. Além da demora santista para contratar, o problema ocorreu pelo excesso de contusões e também pelos atletas à serviço da Seleção.
Agora, quantidade não falta na Vila Belmiro. Já qualidade, Muricy e o tempo dirão se é suficiente.
Clube tenta emprestar ‘encostados’
Para diminuir um pouco o elenco e também reduzir a folha salarial do clube, o Santos tenta emprestar alguns jogadores, que vêm sendo pouco utilizados.
Apesar de não citar nomes, cartolas alvinegros deixam claro o perfil dos “negociáveis”: jovens jogadores, que têm tido pouco espaço com Muricy Ramalho, como é o caso de Douglas, Geuvânio, Alan Santos e Tiago Luis (que foi emprestado ao Comercial, no Paulistão, mas já retornou).
– Temos jogadores com contratos longos, que são formados em nossa base. Temos interesse em colocá-los no mercado, até para eles ganharem mais experiência – comentou o vice-presidente santista Odílio Rodrigues.
Outro atleta que o Peixe busca interessados é o goleiro Fábio Costa. O jogador, cujo contrato com o Santos vai até o fim do ano que vem, tem um salário alto e não está nos planos da comissão técnica. Desde que voltou do Atlético-MG, onde ficou emprestado por um ano, ele treina separado do elenco alvinegro. Algumas equipes se interessaram pelo arqueiro, mas não houve negócio.
André pode ter sido última contratação no ano (Foto: Ricardo Saibun)
Lesões atrapalham e ‘forçam’ contratações
Um dos principais motivos para o “inchaço” do elenco santista é o grande número de jogadores machucados. Em 2012, o grupo alvinegro sofreu muitas baixas por conta de lesões e o clube foi forçado a contratar peças de reposição.
Foi assim, por exemplo, com a lateral direita. Após as contratações de Fucile e Galhardo, o Peixe entendia ter resolvido o problema da posição, mas, como ambos se machucaram, o clube teve de buscar Bruno Peres, do Guarani.
Além disso, a equipe sofreu com a perda de suas principais estrelas, Neymar e Ganso, que desfalcaram o Alvinegro por mais de um mês, durante a Olimpíada de Londres.
Depois de muitas baixas por lesão, o departamento médico santista esvaziou um pouco nas últimas semanas. Atualmente, o volante Alison, o zagueiro Edu Dracena e os laterais Galhardo, Fucile e Paulo Henrique estão em recuperação.
Já o meia Bernardo, o goleiro Rafael e o lateral-direito Crystian treinam com bola e podem voltar ao time nos próximos dias.
De dentro do clube: depoimento de Alyson Gonçalo, repórter do Núcleo Santos no LANCENET!
O fato de o grupo estar "lotado" reflete no dia a dia do clube. Por muitas vezes, devido ao inchaço no elenco do Peixe, o técnico Muricy Ramalho se vê obrigado a “dispensar“ jogadores recém-promovidos ou sem grande prestígio na equipe.
Eles ficam fora das atividades por conta da falta de espaço e acabam realizando treino separado do grupo ou com a equipe sub-20, em outro gramado do CT.
Em outras oportunidades, grupos de jogadores participam de atividades sob o comando dos auxiliares Tarta e M. Fernandes.