sexta-feira, 7 de junho de 2013

Santos faz avaliações até do Comitê de Gestão e pode demitir dirigentes


A reformulação no Santos pode atingir setores importantes do clube. Felipe Faro, superintendente de esportes, e Nei Pandolfo, gerente de futebol, antes contestados apenas por torcedores em redes sociais, agora sofrem rejeição interna. O Comitê de Gestão está em fase de avaliação de todos os funcionários e a dupla sofre risco de cair. Tal assunto foi debatido na tradicional reunião semanal, realizada na última quarta-feira, na casa do vice-presidente Odílio Rodrigues, com a participação do presidente Luis Alvaro Ribeiro, e pode ter uma definição nos próximos dias.


O próprio comitê, inclusive, fará uma autoanálise do trabalho de seus integrantes, em uma avaliação cruzada entre os executivos. Sete membros compõem a cúpula.


Contestados, Faro e Pandolfo dividem opiniões. As críticas em relação ao trabalho da dupla se dão pelas contratações que não deram resultados. Pinga, João Pedro e Guilherme Santos são alguns exemplos. O mais surpreendente, no entanto, é Montillo, maior investimento da história do clube (R$ 16 milhões, além da cessão de parte dos direitos de Henrique). No caso do argentino, não há contestações pela compra do reforço, já que a conclusão é de que ninguém poderia imaginar o rendimento abaixo do esperado.


Montillo e Felipe Faro - Santos (Foto: Divulgação/Santos FC)Montillo e Felipe Faro: jogador e superintendente estão no 'paredão' do Santos (Foto: Divulgação/Santos FC)


Apesar da rejeição interna, Faro diz desconhecer o assunto, mas concorda com a avaliação constante dos profissionais do clube.


- Me sinto da mesma maneira de sempre: nem ameaçado, nem prestigiado por qualquer acontecimento. Não tenho muito o que falar sobre isso. Avaliação existe sempre e tem de ser assim mesmo - diz.


Pandolfo, por sua vez, ressalta os títulos obtidos do final de 2010 para cá, quando chegou ao Santos, mas entende que assim como os jogadores, dirigentes também estão sujeitos a ter seus desempenhos analisados pelo Comitê de Gestão do clube.


- Estou no terceiro ano de clube, um período vitorioso, mas o futebol é mutável em todas as funções e situações. Isso é válido para jogadores e demais profissionais do futebol. A gente trabalha para o clube, no meu caso, para o Santos. No período, foram dois títulos paulistas, tive a felicidade de disputar e vencer a Libertadores e a Recopa. Meus momentos no Santos sempre foram maravilhosos. Quando não se tem resultado, procura-se uma solução. E dirigentes também estão nos caminhos dessas soluções - avalia.


Seguindo a reformulação prometida, o Santos demitiu o técnico Muricy Ramalho, substituído por Claudinei Oliveira, e o preparador de goleiros Oscar Rodriguez, que terá Sebastião Martins Oliveira Junior, o Arzul, colocado no seu lugar. O clube gostaria de contratar o treinador Marcelo Bielsa, do Atlhetic Bilbao, da Espanha, mas o argentino pediu € 4 milhões (R$ 11 milhões) livres por ano e só quer assumir a equipe em janeiro de 2014, condições consideradas inviáveis pela cúpula alvinegra - mesmo assim, diretoria tenta contornar a situação e segue em negociação. Com isso, Claudinei segue no cargo, ao menos contra o Atlético-MG, na próxima quarta-feira, às 19h30m, na Vila Belmiro, pela quinta rodada do Brasileirão.



Depois de enfrentar o Galo, o Peixe quer usar a parada de 24 dias no Brasileirão, por conta da Copa das Confederações, para ajeitar o departamento de futebol. E a renovação também passa pelo elenco. A preferência é por contratações pontuais e que resolvam, para dar auxílio aos novos Meninos da Vila.


Outro assunto pendente a ser resolvido nos próximos dias é a situação dos quatro funcionários do Santos a serviço exclusivo de Neymar, que acertou sua transferência para o Barcelona. O clube aguarda uma posição por parte do estafe do craque quanto ao futuro deles para definir o que será feito.


* Colaborou Lincoln Chaves, de Nova Veneza (SC)