sábado, 22 de junho de 2013

Carrasco do Timão, Pelé quer Peixe no comando do clássico outra vez


Na história do clássico entre Santos e Corinthians, Pelé é um personagem especial. Na infância, o pequeno Edson Arantes do Nascimento era corintiano assumido, dizem amigos próximos. Mas quando cresceu, o futuro Rei do Futebol vestiu a camisa do Peixe e se tornou o maior carrasco do Timão. Foram 50 gols contra o time do Parque São Jorge em 48 jogos, firmando-se como o principal responsável pelo histórico tabu de 11 anos sem derrotas do Alvinegro Praiano para o maior rival em Campeonatos Paulistas.


pelé santos corinthians campeonato paulista 1971 (Foto: agência Gazeta Press)Pelé em ação contra o Corinthians: boas recordações para o Rei e os santistas (Foto: agência Gazeta Press)


A história de Pelé contra o Corinthians teve início em 11 de abril de 1957, quando o então jovem candidato a Rei, com 16 anos, deixou sua marca na vitória por 5 a 3, em amistoso na Vila Belmiro. Em novembro do mesmo ano, teve início o tabu no Paulista com um empate em 3 a 3 no Pacaembu - Pelé marcou três vezes. Dali em diante, foram outros 18 jogos contra o rival pelo Estadual, com 15 vitórias, três empates e mais 25 gols, até a queda do tabu, em 6 de março de 1968 (2 a 0 para o time da capital, no Pacaembu).


Além do período sem derrotas para o Corinthians, Pelé liderou várias goleadas do Santos sobre o rival, como o 6 a 1 aplicado em 1958 ou o 7 a 4 de 1964 - em cada um dos jogos, o Rei marcou quatro gols. O Rei ainda esbanjou regularidade, passando em branco apenas duas vezes nas 19 partidas do tabu paulista.


Pelé, porém, nem sempre levou a melhor. Em nove oportunidades, o Rei deixou o gramado derrotado, sendo uma vez no jogo que antecedeu a sequência invicta no Estadual (2 a 1 para o Corinthians, em 21 de julho de 1957, no Paulistão) e outra já no período do tabu paulista (2 a 0 Timão, em 27 de março de 1958, no Torneio Rio-São Paulo). A maior parte dos tropeços do Atleta do Século ocorreu já no final da década de 60 e no início dos anos 70, quando o time do Parque São Jorge reassumiu o domínio do clássico.


Robinho Santos Rogério Corinthians 2002 (Foto: Ag. Estado)Robinho: depois de Pelé, Rei das Pedaladas virou

o novo carrasco do Timão (Foto: Ag. Estado)


Depois de Pelé, quem chegou mais perto de provocar calafrios à torcida do Corinthians foi Robinho, que nunca foi derrotado pelo Timão - foram sete vitórias, um empate, quatro gols e um título nacional conquistado diante do rival. Já Neymar, maior ídolo do Peixe após a Era Pelé, não teve a mesma sorte. Em 19 jogos, foram oito derrotas do Alvinegro Praiano tendo em campo o camisa 11 - que marcou quatro vezes no clássico. Apesar da vitória no Paulista de 2011, o astro levou a pior nas decisões de 2009 e 2013 e amargou a queda na semifinais da Taça Libertadores do ano passado.


Até por isso, apegado ao retrospecto do passado, Pelé torce para que o Santos retome a sequência positiva diante do Corinthians - o Peixe não bate o rival há quatro jogos.


- Eu tive mais sorte que os jogadores do Corinthians (risos). Ganhei mais do que perdi. Foi uma fase boa do Santos. É uma coisa bonita de se ver, um clássico deste porte, completando 100 anos. Espero que continue assim, mas que, dessa vez, vire novamente a nosso favor, porque o Santos tem voltado a derrapar - conclui.