“O jogador brasileiro, ao desarmar o adversário, não visa a bola, o objetivo sempre é o tranco no adversário”. Essa é uma definição do ex-árbitro Leonardo Gaciba, em participação no Arena SporTV desta terça-feira. Para ele, os demais jogadores sul-americanos, apesar de mais viris no estilo de jogo, são mais leais à partida e procuram a disputa de bola. No mesmo programa, o também ex-árbitro Sálvio Spínola concordou com o colega (assista ao vídeo).
- O jogador brasileiro, ao desarmar o adversário, não visa a bola, o objetivo dele sempre é o tranco no adversário. O futebol da Libertadores é até mais viril (que no Brasileiro), mas são disputas visando a bola. Os jogadores sul-americanos procuram mais jogar, ao invés de destruir. Naqueles lançamentos em que o atacante vai dominar a bola no peito e o zagueiro vem por trás e bate nas costas, quantas vezes vemos isso no Campeonato Brasileiro? Inúmeras vezes, e no futebol internacional não se vê isso. O jogador sul-americano é mais leal com o jogo como um todo - afirma o hoje comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba.
Olimpia e Atlético-MG fizeram final da Libertadores
neste ano (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Sálvio Spínola citou ainda uma crítica que teria sido feita pelo árbitro uruguaio Roberto Silveira, que apitou partida entre dois clubes brasileiros na última Libertadores da América, direcionada aos jogadores brasileiros.
- O jogador argentino é muito mais desleal que o jogador brasileiro, mas no jogo ele quer disputar a bola. O jogador brasileiro precisa de uma orientação para ir disputar a bola. Pode fazer a falta, mas na disputa da bola. E não é uma crítica nossa, é o que a gente escuta entre os árbitros de futebol. Durante a Libertadores, o árbitro uruguaio Roberto Silveira apitou São Paulo x Atlético-MG (no jogo de volta das oitavas de final), e ele falou depois do jogo que é impressionante como nos jogos entre equipes brasileiras os jogadores não vão disputar a bola - revelou.
Leonardo Gaciba lembra que a Fifa, entidade máxima do futebol internacional, já precisou mexer nas regras do jogo em função da tentativa dos jogadores brasileiros de burlar a regra ou simplesmente levar vantagem.
- A regra de simulação foi criada por causa dos jogadores brasileiros. A Fifa teve que mudar a regra da paradinha na penalidade por causa dos jogadores brasileiros. O vídeo da Fifa sobre as mudanças das regras da paradinha é 100% com atletas brasileiros. O jogador brasileiro é o artista da bola, literalmente - concluiu o ex-árbitro.