Zé Elias avalia que Victor Andrade subiu mais cedo
do que deveria no Santos (Foto: Lincoln Chaves)
Assim como Victor Andrade , Zé Elias estreou como profissional aos 16 anos. Foi no Corinthians, em 1993. A diferença é que, se por um lado o ex-volante se firmou e conquistou a Fiel, chegando até à seleção brasileira, por outro o atacante do Santos, que completou 18 anos na última segunda-feira, perdeu espaço e virou uma das últimas opções de Claudinei Oliveira dentre os atacantes do elenco.
Na opinião de Zé Elias, que defendeu o Santos entre 2004 e 2005, nem Victor Andrade, nem o estafe do atacante, estavam prontos para, já no ano passado, o garoto ser lançado no time principal do Peixe. Uma responsabilidade que também é, segundo o ex-volante, da diretoria santista, que acabou levando o jovem a queimar etapas na carreira.
– Pelo que já vi, na minha opinião, ele não estava pronto para chegar no profissional e jogar. Acho que queimaram etapas, e aí fica difícil. Um menino de 16 anos, com uma multa rescisória tão alta quanto a do principal jogador do time (Neymar, à época), e, de uma hora para outra, você retorna ele para a base... A cabeça até mesmo de quem está envolvido com o menino entra em conflito – disse, em visita à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista e no Vale do Ribeira.
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Campeão brasileiro em 2004 pelo Santos, Zé Elias diz ter conhecido Victor Andrade em uma visita ao CT Rei Pelé. Ele afirma que a conversa com o atacante fez com que mudasse a opinião que tinha da personalidade do garoto.
– Para ser sincero, a postura dele, antes de conhecê-lo, não me agradava. Mas depois vi que é um menino gente boa, educado, decente, legal. Mas aí entra o erro da diretoria. Ele não estava maduro para isso, nem as pessoas ao redor dele. Poderiam ter preservado mais – analisou o ex-jogador, que é comentarista da Rádio Globo.
Victor Andrade está vinculado ao Santos até outubro do ano que vem. A partir de abril, ele pode assinar um pré-contrato com qualquer outro clube. O clima entre o jogador, a diretoria e Claudinei não é dos melhores e ficou pior depois que o atacante não viajou com a delegação sub-23 do Peixe para uma excursão à Ásia. Até pela situação do jovem, que tem multa rescisória é de € 50 milhões (R$ 150 milhões) e está encostado, Zé Elias pede cautela quanto às oportunidades para Gabriel, que também subiu para o time principal com 16 anos e até recebeu oportunidades como titular no decorrer do Campeonato Brasileiro.
– Ele tem de entrar aos poucos. Foi titular por necessidade. Provavelmente, ele estaria fora até hoje se não fosse o episódio do Victor (que ingeriu uma substância que poderia puni-lo em um exame antidoping e acabou cortado da partida contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, na qual Gabriel fez o primeiro gol como profissional). Tanto que no jogo que foi vaiado (diante do Botafogo), ele sentiu o peso. É um sinal de que tem que entrar aos poucos. Justamente pra não cometer erros de antes – concluiu.
Victor Andrade fez apenas cinco jogos em 2012, sem balançar a rede (Foto: Vinícius Vieira / Santos FC)