Dagoberto assume com discurso de pés no chão no Santos (Foto: Cássio Lyra)
O Santos apresentou, nesta quarta-feira, o diretor-executivo do clube em entrevista coletiva na Vila Belmiro. Com passagem pelo Peixe entre 2001 e 2008, Dagoberto dos Santos retorna com o discurso de pés no chão que a nova administração tem utilizado desde que assumiu no início do mês. Em uma “grave crise”, segundo o presidente Modesto Roma Júnior, o novo dirigente disse que não fará loucuras na busca por jogadores e que a prioridade, agora, é acertar os pagamentos do elenco, que estão atrasados.
- O caixa que temos vai ser para pagar os salários. Isso é compromisso de honra. Existe a possibilidade de trazermos jogadores, desde que não custem aos cofres do Santos – afirmou Dagoberto.
O cartola retorna ao clube após participar da administração de Marcelo Teixeira, principal apoiador político do presidente Modesto Roma Júnior. Ele se descreve como CEO (Chief Executive Officer, na sigla em inglês) e terá a missão de reestruturar o departamento de futebol santista.
- O CEO é uma função conhecida em governança corporativa, é o principal executivo do clube, todas as funções do clube se reportam a duas superintendências e essas superintendências se reportam ao CEO – explicou.
Dagoberto chefiará uma equipe que terá, também, o gerente André Zanotta e o supervisor Sérgio Dimas. O ex-volante Clodoaldo atuará como consultor e o ex-lateral-esquerdo Léo acompanhará o dia a dia do departamento, numa espécie de estágio não-remunerado.
O ex-volante Clodoaldo (à esq.) também foi apresentado pelo presidente Modesto Roma (centro) (Foto: Cássio Lyra)
Zanotta ocupava o cargo de superintendente de esportes na gestão passada, de Odílio Rodrigues. Ele agora fará a função que cabia a Zinho até o ano passado. Os novos executivos já trabalham desde a eleição de Modesto, em dezembro, na montagem do elenco alvinegro para 2015.
A crise financeira pela qual o clube passa tem atrapalhado as negociações. O jogador mais próximo de ser anunciado é o meia Chiquinho, que estava no Fluminense. Para sacramentar a contratação, a diretoria aguarda apenas o aval do banco BMG, que detém os direitos econômicos do atleta.
Outro nome que ganhou força recentemente é o do atacante Ricardo Oliveira, que foi oferecido e já recebeu uma contraproposta salarial. O goleiro Jeferson, do Botafogo, também já foi alvo de sondagens, mas os santistas querem esperar ele se acertar com o time carioca, que lhe deve salários.
O dirigente acredita que os constantes atrasos de pagamento no Santos possa afastar potenciais reforços da Vila Belmiro, mas há como contornar esse problema.
- Atrapalha no convencimento, mas a credibilidade dos profissionais ajuda. Nunca falaram que não vão vir para o Santos por causa de salários. Nossa moeda vai ser essa troca entre jogadores. Não vamos cometer loucura em contratações, mas vamos agir – concluiu o executivo.