Patito Rodríguez em treino no CT Rei Pelé
(Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC)
A novela que parecia finalmente ter chegado ao fim ainda reserva novos capítulos na vida do argentino Patricio Rodrigues, reforço do Santos. Mesmo treinando há mais de uma semana no CT Rei Pelé e tendo acertado contrato até julho de 2016, o meia-atacante segue sem regularização para estrear.
Dada a demora para o Independiente, seu ex-clube, resolver o imbróglio que tem com a Associação de Futebol da Argentina (AFA), entidade responsável por "amarrar" sua documentação, o atleta já cogita a possibilidade de entrar na Justiça comum de seu país para poder jogar no Peixe.
Tal opção pode ganhar força principalmente nesta quinta-feira, quando o Santos espera que a Fifa acione a AFA sobre a documentação do atleta. Como na última quarta foi feriado na Suíça, país onde se localiza a sede da entidade máxima do futebol, o Alvinegro tem agora expectativa de uma evolução no imbróglio.
Mesmo tendo acertado a negociação com o Independiente e com o atleta dentro do prazo da janela de transferências internacionais, o Peixe não pôde inscrever Pato na CBF, pois a AFA não liberou o Certificado de Transferência Internacional (CTI) do jogador, documento necessário para a regularização do meia-atacante. Tudo porque o clube argentino tem uma restrição judicial com a entidade do país.
- Mas isso não nos preocupa porque não há nada mais atrativo para um credor do que saber da existência de dinheiro entrando no caixa do clube que lhe deve. Já ingressamos com o pedido na Fifa e estamos aguardando a apreciação, e paralelamente a isso estamos tentando informalmente conversar com a AFA. O atleta, por conta própria, está ponderando se entra na Justiça da Argentina e pode ser que faça isso amanhã (quinta-feira) - disse o advogado João Vicente Gazolla.
O atleta, por conta própria, está ponderando se entra na Justiça da Argentina"
João Vicente Gazolla, advogado do Santos
Ainda de acordo com Gazolla, o Santos trabalha para ter a situação regularizada até esta sexta-feira, prazo para que o atleta seja inscrito no BID da CBF e possa estrear já diante do Náutico, neste domingo, no Estádio dos Aflitos, em Recife, pela 14ª rodada do Brasileirão. Apesar disso, em rápido contato com o GLOBOESPORTE.COM, o pai do jogador, Luis Mauriles, que está na Argentina tentando acelerar as tratativas com a AFA e para possivelmente acionar a Justiça comum, diz que projeta apenas para a próxima semana a resolução do caso.
- A Fifa espera sete dias (para a emissão da documentação). A partir do sétimo dia o Santos entrou com a requisição na Fifa, que vai consultar a AFA para saber se autoriza ou nega a liberação. Caso negue, um tribunal da Fifa vai avaliar o caso, e deve liberar provisoriamente o jogador, que não pode ser impedido de exercer sua profissão. Temos conhecimento de que a Fifa deve acionar a AFA nesta quinta - completou o vice-presidente Odílio Rodrigues.
Em meio ao imbróglio, Pato segue treinando normalmente no CT Rei Pelé e tem participado das atividades com os demais companheiros. Nesta última quarta-feira, sua apresentação foi cancelada justamente em função destes problemas com sua documentação, e o atleta jogou entre os reservas no coletivo. Apesar disso, o Santos garante que não há como perder o atleta.
Condições
Um grupo de investidores que se mantém em sigilo está bancando a contratação do meia-atacante, em torno de US$ 3,4 milhões (R$ 6,8 milhões). Enquanto não recebe a liberação da Fifa e espera o fim do imbróglio, o Alvinegro não efetua o pagamento, com dinheiro repassado pelos investidores.
Apesar de o Santos não ter gastado com a negociação, 50% dos direitos econômicos foram para o Peixe como garantia ao clube, que entrou como avalista na transação para cumprir uma exigência do Independiente. O montante total será pago em duas parcelas, sendo que no ato de quitação da segunda metade, a ser efetuado em setembro, automaticamente os 50% do Peixe serão repassados novamente aos investidores. Desta forma, o Alvinegro só ganhará em uma futura venda, quando receberá 15% em cima do lucro da nova transferência - o clube, porém, sustenta que nega ter contado com a ajuda de parceiros neste negócio e diz que agiu sozinho.
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