Cinco pênaltis não marcados foram os destaques das polêmicas da 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. Ponte Preta, Vasco, Coritiba, Grêmio e Inter reclamaram de faltas dentro da área - um deles por toque de mão - e não receberam ouvidos dos árbitros.
Um impedimento mal assinalado do atacante Araújo, do Náutico, também entrou para a conta dos lances controversos. O jogador chegou a balançar a rede do goleiro vascaíno Fernando Prass no empate em 1 a 1 nos Aflitos.
Confira os lances a seguir:
Flamengo 0 x 1 Ponte Preta - Pênalti em Uendel
O lance que chamou a atenção para a arbitragem no Raulino de Oliveira ocorreu aos 42 minutos do primeiro tempo. O lateral-esquerdo Uendel, do time de Campinas, foi derrubado na área rubro-negra pelo zagueiro Welinton, mas o árbitro goiano Elmo Alvez Resende interpretou como disputa de bola normal. Para o comentarista Raphael Rezende, porém, houve pênalti.
- Pela característica de arbitragem do árbitro no primeiro tempo dá até para entender, mas é polêmico. Uendel tinha a frente na jogada, estava em velocidade, acho que o Welinton usa o braço. O quanto é fundamental na queda é que passa a ser a discussão. Eu marcaria o penâlti - disse Rezende.
Portuguesa 3 x 0 Coritiba - Pênalti em Rafinha, do Coxa
A goleada da Lusa sobre o Coxa, no Canindé, teve um pênalti reclamado por Rafinha aos 21 minutos do primeiro tempo. O meio-campo do time paranaense driblou e deixou dois adversários no chão mas, no momento da finalização, foi deslocado pelo lateral-direito Luis Ricardo. O árbitro gaúcho Fabrício Neves Correa não apitou a penalidade máxima. Ela existiu, porém, na análise do comentarista Luiz Ademar.
- Para mim foi pênalti claro. Rafinha fez o primeiro drible, fez o segundo, poderia até ter finalizado. Tive a impressão de que o árbitro ia apontar para a marca do pênalti - disse Ademar.
Náutico 1 x 1 Vasco - Bola na mão, impedimento e pênalti
O primeiro lance duvidoso ocorreu aos 5 minutos do segundo tempo, quando a bola bateu na mão do zagueiro do Timbu Ronaldo Alves após cobrança de escanteio. Os jogadores vascaínos pediram pênalti, mas o árbitro gaúcho Leandro Pedro Vuaden nada marcou e mandou o jogo seguir.
Na visão do comentarista André Loffredo, não houve a falta dentro da área.
- Pegou na mão, mas isso não quer dizer absolutamente nada. Pegou de surpresa, foi involuntário. Segue o jogo - disse Loffredo.
Aos 20 minutos do segundo tempo, Araújo, do Náutico, foi lançado pelo volante Martinez e balançou a rede na saída do goleiro vascaíno Fernando Prass. O assistente, contudo, assinalou o impedimento do atacante. Para o comentarista de arbitragem do SporTV Leonardo Gaciba, é impossível saber se a decisão foi correta.
- Mesmo com a imagem parada tive que ver diversas vezes para formar uma opinião sobre o lance. Pela minha avaliação, vendo os pés do jogador do Vasco, o Araújo estaria em posição legal. Mas, percebendo o tronco do atacante inclinado para frente, creio que o jogador está impedido. Por muito pouco, tenho a sensação de que o impedimento foi bem assinalado.
Confira a análise completa dos lances no Blog do Gaciba
A principal decisão controversa da arbitragem ocorreu, contudo, aos 50 minutos da etapa final, durante os acréscimos. Após escanteio cobrado pelo Vasco, o volante Nilton, do time carioca, parece ter sido derrubado por Souza, do Timbu, dentro da área. Vuaden não deu o pênalti, e os jogadores vascaínos reclamaram muito.
- Acho que o Nilton foi tocado na ponta de seu pé direito. Mas, depois de ser tocado, o Nilton coloca o mesmo pé no chão, para depois cair dobrando ambas as pernas. Para mim, pela atitude pós-contato do jogador do Vasco, a decisão de apitar o pênalti tornou-se muito mais difícil para o árbitro do jogo.
São Paulo 1 x 1 Internacional - Encenação de D'Ale e pênalti em Fabrício
Aos 27 da segunda etapa, o meia D'Alessandro, do Colorado, foi advertido com o segundo cartão amarelo e, dessa forma, expulso. O árbitro mineiro Ricardo Marques Ribeiro entendeu que o jogador simulou um pênalti. Para o comentarista Leonardo Gaciba, o vermelho para o argentino foi um exagero.
- Foi falta ou não? Se paira esta dúvida no ar, a simulação já foi descartada. Há claramente um contato da mão do defensor do São Paulo com o ombro do atacante colorado ainda fora da área. Eu penso ter sido falta. Agora, apresentar um cartão amarelo por simulação acho que foi exagerado.
Um pênalti não marcado, contudo, existiu a favor do Colorado, segundo Vilaron. Aos 48 minutos do segundo tempo, o lateral-esquerdo Fabrício invadiu a área e foi derrubado dentro da mesma por um defensor são-paulino. O árbitro não assinalou a falta. Para Gaciba, este é mais um lance complicado.
- Na imagem de trás do gol o zagueiro dá um “bote” errado e atinge o jogador do Inter. Pela imagem por trás da jogada se percebe que os dois pés do defensor já estão “cravados” no chão e o contato vem na passada de Fabricio.
Grêmio 2 x 1 Atlético-GO - Mão de Ernandes causa reclamação de gremistas
Logo no primeiro minuto da etapa final, o meia Elano, do Tricolor Gaúcho, levantou a bola na área do adversário. A redonda rebateu na zaga, Zé Roberto tentou dominá-la e aplicar um balão, mas ela acabou acertando o braço do volante do Dragão Ernandes. O árbitro catarinense Ronan Marques da Rosa mandou o jogo continuar.
- Entra naquela seara, foi intencional ou não intencional - ponderou o narrador Ramiro Ruschel.
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