Na noite de quarta-feira, um homem foi assassinado dentro da sede de uma torcida organizada do Ceará . De acordo com o diário "Lance!" desta sexta, foi a 43ª morte envolvendo o futebol no Brasil, em 2012. Para o colunista da "Folha de São Paulo" Fábio Seixas, falta rigor das autoridades para reduzir a violência entre os grupos rivais. O jornalista citou o exemplo da Inglaterra e criticou medidas como o cadastramento de torcedores.
- Eu morei em Londres em 2004, perto do estádio do Millwall, que é o clube conhecido por ter os hooligans mais violentos da Inglaterra. Como a situação foi resolvida lá? Com tolerância zero. Se o sujeito está envolvido em algum ato de violência, está banido do estádio. Aqui fazem cadastramento de torcedor, mas não tem ninguém na porta do estádio fiscalizando, conferindo a foto de todo mundo. Enquanto não tiver um sistema que funcione, o número vai continuar aumentando - disse o colunista, no "Redação SporTV" desta sexta.
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Fábio Seixas também acredita que a imprensa deve contribuir para a diminuição da violência, dando mais enfoque ao problema.
- É um assunto que a gente só vê (nos jornais) quando acontece alguma coisa. A imprensa, nós, tem que assumir a nossa parcela de culpa. Falamos por dois, três dias e depois não tocamos mais no assunto.
O comentarista do SporTV Dani Monti afirmou que, assim como no Brasil, na Itália as brigas têm acontecido fora dos estádios, mas a repercursão e as consequências da morte de um torcedor são bem maiores.
- As brigas acontecem do lado de fora do estádio. Não adianta fiscalizar na porta do estádio. Também é assim na Itália. Mas lá, quando acontece uma morte, para tudo. Não tem rodada. Aqui acontece tudo normalmente.
O jornalista acredita que, em vez de procurar medidas especiais para a violência no futebol, os crimes precisam ser combatidos como
- Morrer por causa de uma paixão e tem que ser tratado da mesma forma que os outros tipos de assassinato. É preciso tratar essas pessoas como criminosos. Tenho amigos em São Paulo que estão com medo de usar a camisa do clube. Torcer para o time errado é causa de assalto, de ser atacado.
Briga marcou o duelo entre Goiás e Atlético-MG, pela Copa do Brasil (Foto: Reprodução)