domingo, 7 de julho de 2013

Com meio time da Copinha, Santos bate São Paulo no Morumbi





  • lance capital


    12 do 2º tempo




    Giva, que havia acabado de entrar, marca após belo cruzamento de Montillo e abre caminho para vitória santista.




  • foi mal


    Luis Fabiano




    Perdeu vários gols no primeiro tempo. No segundo, sumiu em campo, sendo presa fácil para a defesa alvinegra.




  • como fica?


    interinos?




    Milton Cruz sabe que não ficará no comando do São Paulo, mas Claudinei Oliveira ganha força para se manter como técnico do Santos.





Gustavo Henrique, Leandrinho e Neílton como titulares, Giva, Pedro Castro e Emerson entrando no segundo tempo. Com metade do time formado por garotos da base, o Santos venceu o São Paulo por 2 a 0, no Morumbi, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado fez o Peixe dar um salto na tabela - da zona do rebaixamento para a décima posição - e aumentou a pressão da torcida tricolor sobre a diretoria. Gritos de "Muricy" voltaram a ser ouvidos no estádio, no primeiro jogo após a demissão de Ney Franco.


A vitória por 2 a 0 não esconde o nível muito baixo do jogo, principalmente no primeiro tempo. Em vários lances, os jogadores lembraram os do Taiti na Copa das Confederações. Só faltaram os colares dos carismáticos jogadores da Polinésia Francesa para que o futebol praticado pelas equipes se igualasse ao da seleção saco de pancadas do torneio vencido pelo Brasil. O técnico Eddy Etaeta se animaria ao ver o clássico paulista num de seus piores momentos.


Giva gol Santos x São Paulo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Giva comemora seu gol, o primeiro do Santos no Morumbi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)


Melhor para o Santos, que se afasta da zona de rebaixamento com uma vitória fora de casa, e fortalece Claudinei Oliveira. Segundo a diretoria, que buscou um técnico estrangeiro, ele não pode mais ser chamado de interino. Caberá a ele dar uma cara ao Peixe órfão de Neymar, seu maior ícone em muitos e muitos anos.


O São Paulo vive situação muito diferente. Milton Cruz não deve ficar até o meio da semana. A diretoria quer Paulo Autuori, e sofre pressão da torcida para contratar Muricy Ramalho. Um dos dois, com currículos vitoriosos no Morumbi, terá a árdua missão de recolocar a casa em ordem, provavalmente, a partir dos próximos dias.



As duas equipes voltarão a campo na próxima quarta-feira. O São Paulo, pelo Brasileirão, recebe o Bahia, em jogo antecipado da 11ª rodada, já que o time paulista vai disputar torneios na Europa no início de agosto. O Peixe enfrentará o Crac, na Vila Belmiro, pela terceira fase da Copa do Brasil. É o primeiro jogo do confronto.


Luis Fabiano Aranha São Paulo x Santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Aranha ganha no alto de Luis Fabiano (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)


Ninguém marca...


Pobre Jadson! Há uma semana, ele entrava em campo ao lado de Neymar, Fred, Thiago Silva, e duelava com Iniesta, Xavi, Sergio Ramos... E no primeiro tempo, ele teve a dura missão e dar gols e mais gols para Luis Fabiano perder, e observar, do outro lado, as travessuras de Galhardo, Willian José e companhia.


O camisa 10 do São Paulo sobrou num clássico pífio, cheio de erros. Além dele, só é possível isentar Arouca, que se multiplicou no meio-campo do Santos, e os goleiros Rogério Ceni e Aranha. As zagas eram verdadeiras peneiras. Tanto que Leandrinho ficou cara a cara com o capitão tricolor e, talvez inspirado pelo corintiano Renato Augusto, tentou encobri-lo. Mas Leandrinho não é Renato Augusto.


Já Gustavo Henrique e Durval, em linha, cansaram de ver os atacantes tricolores receberem bolas em liberdade. A imensa maioria partiu dos pés de Jadson. Osvaldo, que se mexeu mais pelos dois lados do que na época de Ney Franco, deu dois cruzamentos para Luis Fabiano, mas o jovem Gustavo Henrique se recuperou do espaço deixado, e travou o adversário.


Quando conseguiu se livrar dos defensores, o Fabuloso parou em Aranha, que antes já havia feito boa defesa em cabeçada de Rodrigo Caio. Cobrança de escanteio feita por Jadson, é claro, o único que, pelos primeiros 45 minutos, seria titular do Taiti sem contestações.


Com destaque para o duelo entre Galhardo e Juan, em que ninguém saiu ganhando, e a torcida saiu perdendo, a etapa inicial terminou com Lúcio marcando num dos maiores impedimentos de todos os tempos, em cobrança de falta de Rogério, e gritos são-paulinos pela volta de Muricy Ramalho.


Ganso São Paulo x Santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Ganso teve atuação apagada, enquanto Montillo deu assistência para gol (Foto: Marcos Ribolli)


Giva marca! E Cícero afunda


Até tu, Jadson? O melhor jogador do clássico recebeu um presente quase inacreditável depois que Lúcio deu dois chapéus, tabelou com Luis Fabiano e lançou o meia. O drible em Galhardo foi lindo, mas o chute passou muito perto do gol de Aranha.


O Santos voltou para o segundo tempo mais compacto no sistema defensivo, com os jogadores mais próximos, e com menos espaço. Faltava resolver o problema ofensivo. Neílton quase fez isso sozinho ao driblar Rodrigo Caio e Lúcio. Wellington, com um carrinho perigoso, mas providencial, acabou com a festa do menino que herdou a 11 de Neymar.


Mas quem resolveu mesmo foi Giva. Segundos depois de entrar no lugar de Willian José, ele correu para a área e completou cruzamento de Montillo. Cabeçada certeira, de fazer inveja aos outros atacantes que se cansaram de perder gols.


Em desvantagem, o interino Milton Cruz trocou Ganso, que não brilhou novamente, em posicionamento mais adiantado, e Denilson por Aloísio e Maicon, que costumam melhorar a equipe quando entram, mas estão sempre no banco. Não adiantou. O buraco entre a zaga e o resto do time do São Paulo aumentou, e o Santos se aproveitou bem. Montillo passou a participar mais da partida, que ficou sob controle.


Tão controlada que, em jogada parecida, cruzamento pela esquerda e cabeçada de dentro da área, Emerson achou Cícero, e o ex-tricolor fechou o placar. Totalmente sem força, os donos da casa nem sequer pressionaram. Totalmente satisfeitos, os visitantes tocaram pra lá e pra cá, gritaram olé, e deixaram a torcida esperançosa de uma campanha digna.