Dois lances muito parecidos tiveram decisões opostas na 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. No Independência, no minuto final de partida, o lateral-direiro Carlos César desviou com o braço esquerdo um cruzamento. O árbitro Flávio Rodrigues Guerra não apitou o pênalti. Já em São Januário, aos 32 minutos do segundo tempo, Luan, da Macaca, cortou um passe de Samuel para Bruno também com o braço. Desta vez, o juiz Nielson Nogueira Dias marcou a penalidade máxima. Veja todas as polêmicas e confira a opinião dos nossos comentaristas.
Depois de sofrer um gol logo no primeiro minuto de partida, o Fluminense só conseguiu o empate contra a Ponte Preta aos 32 da etapa final, em lance polêmico. O atacante Samuel tentou um passe, mas a bola bateu na coxa e no braço esquerdo de Luan, da Macaca. O árbitro Nielson Nogueira Dias marcou pênalti, que Fred converteu. O comentarista do SporTV Edinho discorda da marcação do juiz.
- Não vi intenção nenhuma do jogador da Ponte Preta de desviar com o braço. Bateu no quadril e, consequentemente, no braço - afirmou o ex-zagueiro do Tricolor.
O segundo gol também surgiu de jogada polêmica. O atacante Marcos Júnior recebeu na ponta direita e tentou o drible sobre Renê Júnior. Nielson Nogueira Dias viu falta do jogador da Macaca.
Mas, para Edinho, novamente o juiz errou. O comentarista observou que o defensor do time de Campinas estranhou a marcação do árbitro.
- Na verdade, a falta seria para a Ponte Preta. Foi o Marcos Júnior quem segurou o Renê. O jogador da Ponte não entendeu absolutamente nada.
Aos 25 minutos do primeiro tempo, no Independência, Ronaldinho Gaúcho recebeu na ponta esquerda, passou pelo volante Tobi, mas o lateral Cicinho apareceu na cobertura. O craque do Galo caiu na jogada, pediu um pênalti ao árbitro Flávio Rodrigues Guerra, mas o juiz marcou apenas tiro de meta para o time pernambucano. De acordo com o comentarista Bob Faria, a decisão foi acertada.
- Não foi pênalti e nem escanteio. A bola bateu por último nas pernas do Ronaldinho - disse o analista.
Aos 19 minutos do segundo tempo, quando ainda vencia por 1 a 0, o Sport reclamou de pênalti do volante Leandro Donizete, do Galo, sobre o atacante Gilsinho. Novamente, Flávio Rodrigues Guerra deixou o lance seguir.
Para Bob Faria, desta vez, o juiz cometeu um erro porque houve a infração do atleticano.
- Foi pênalti. O Leandro faz a carga no jogador do Sport. O Gilsinho está à sua frente, e o jogador do Galo empurra - opinou o comentarista do SporTV .
Os jogadores do Sport, no entanto, cercaram o árbitro para reclamar de mais um lance. Aos 48 minutos, Diego Ivo tenta cruzamento da esquerda. A bola desvia no braço do lateral-direito Carlos César. Flávio Rodrigues Guerra deixou o lance seguir, para loucura dos pernambucanos. O comentarista Bob Faria não viu intenção do jogador do Galo.
- A bola pega no braço do Carlos César. Mas ele não leva o braço à bola. Claro que, em um momento de emoção, de pressão, os jogadores acabam pedindo o pênalti.
Aos 34 minutos do primeiro tempo, Marquinhos recebeu bom passe de Souza e rolou para Zé Roberto, que completou para o fundo das redes. Seria o primeiro gol do meia de 38 anos com a camisa do Grêmio. No entanto, o auxiliar Fabrício Vilarinho da Silva marcou impedimento de Marquinhos, anulando a jogada. Para o comentarista Batista, a arbitragem acertou na jogada.
- O bandeira acertou. Realmente, o Marquinhos está um pouco mais adiantado que o penúltimo defensor do Botafogo - destacou o analista.
Na Vila Belmiro, aos 13 minutos do primeiro tempo, o Vasco perdia por 1 a 0 e teve a oportunidade de empatar a partida. O atacante Eder Luis recebeu passe de Felipe na entrada da área e bateu para o gol. No entanto, foi marcado impedimento do jogador cruz-maltino. O comentarista de arbitragem da TV Globo Renato Marsigilia concordou com a marcação do assistente Thiago Gomes Brígido.
- Ele está um pouco avançado. A linha da grande área ajuda a marcação do impedimento - afirmou o analista.
Nos Aflitos, o Palmeiras acabou a partida com um jogador a menos. Aos 17 minutos da etapa final, Thiago Heleno cometeu falta em Araújo e foi expulso. Para o comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba, o árbitro Marcelo de Lima Henrique exagerou. O zagueiro já tinha levado seu terceiro amarelo no primeiro tempo e, com o vermelho, desfalcará o Alviverde por duas partidas
- Foi uma entrada forte, mas talvez o visual tenha sido pior do que a jogada em si. Um cartão amarelo ficaria melhor. Agora, vai ter que cumprir dois jogos de suspensão, porque levou três amarelos e levou o vermelho direto.
No Couto Pereira, os donos da casa pediram pênalti aos 31 minutos do primeiro tempo. Após boa jogada, o meia Rafinha invadiu a área e passou para Everton Ribeiro, que girou e caiu, após disputa com Jussandro. O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães nada marcou.
Para o comentarista do SporTV André Rizek, não aconteceu infração e a arbitragem acertou ao deixar o lance seguir normalmente.
- Foi uma jogada normal. Não houve pênalti - opinou Rizek.
Apenas dois minutos depois, mais reclamação da torcida do Coritiba. O meia Rafinha recebeu passe livre de marcação e, quando estava frente a frente com o goleiro Marcelo Lomba, foi apitado seu impedimento. Novamente, o lateral-esquerdo Jussandro estava na jogada. Desta vez, ele estaria dando condição legal ao ataque do Coxa. André Rizek acredita que o auxiliar Altemir Hausmann falhou na jogada.
- A linha do gramado deixa bem claro que não houve impedimento - afirmou o comentarista.
A Lusa poderia estar ainda mais longe da zona de rebaixamento, mas acabou empatando com o Corinthians no Canindé, no sábado. Aos 11 minutos do segundo tempo, após chute de Zé Antônio e rebote do goleiro Cássio, o atacante Bruno Mineiro completou para o gol. Seria o 15º do vice-artilheiro do campeonato, mas a jogada foi anulada por impedimento. Para o comentarista do SporTV Maurício Noriega, a arbitragem falhou.
- O Fábio Santos, quase em frente ao bandeirinha, dava condição ao Bruno Mineiro. Dá para ver bem, pela chuteira amarela. O gol foi mal anulado.
A primeira polêmica da partida de sábado, no Engenhão, foi justamente o gol do Rubro-Negro. Aos 10 minutos da etapa inicial, após cruzamento para a área, a bola bateu no braço de Vagner Love, e Liedson, livre, mandou para o fundo das redes. O árbitro Anderson Daronco validou a jogada. Na opinião dos comentaristas do SporTV Lédio Carmona e André Loffredo, acertou.
- Não vi qualquer intenção do Love de colocar a mão na bola - afirmou Lédio.
Para o comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba, o gol de Liedson foi legal .
Aos 30 minutos do segundo tempo, o lateral-esquerdo Ramon, do Flamengo, cometeu falta violenta no meia Élber, da Raposa. Mesmo com o jogador celeste no chão, o defensor insistiu, acertando três chutes no adversário. O árbitro Anderson Daronco decidiu punir Ramon apenas com o cartão amarelo. Para o comentarista Lédio Carmona, acertou.
- Não precisava de nada disso. O Ramon chegou chutando tudo e levou um cartão amarelo muito bem aplicado - disse Lédio.
No segundo tempo, porém, mais um passe de Love para Liedson poderia ter decretado a vitória do Flamengo, aos 39 minutos. No entanto, o lance foi anulado por impedimento. O comentarista Edinho acredita que o gol foi válido e destaca que os jogadores da Raposa deveriam ter saído da área, deixando os flamenguistas em posição irregular.
- Realmente, não foi impedimento, quando o Love raspou a cabeça na bola. Mas acho que a jogada não foi treinada pela defesa do Cruzeiro. Os defensores não estavam atentos, olharam só a bola e esqueceram os atacantes do Flamengo.
O gol anulado não foi a última polêmica da partida. Aos 45 minutos do segundo tempo, após chute de Ramon, os flamenguistas pediram pênalti do goleiro Fábio no atacante Vagner Love. A jogada foi anulada por impedimento do camisa 99. No entanto, a imagem mostra o lateral-esquerdo Diego Renan na linha de fundo, dando condição legal à jogada. Para o comentarista André Loffredo, a jogada é repleta de polêmica e não existe uma definição se houve pênalti ou não.
- O grande erro da arbitragem neste lance é o impedimento. O Diego Renan está em cima da linha e, mesmo que estivesse fora de campo, ele ainda daria condição para o Love. Já o pênalti é bastante discutível. É um lance de interpretação. O árbitro preferiu não marcar e não errou. O Fábio toca na bola. Se o árbitro tivesse marcado, não estaria errado também. Para alcançar a bola, o goleiro precisa se chocar com o Love.
