Teste mostra que ambulância tem rápido acesso
ao gramado (Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
O Santos desejava ter a liberação da Vila Belmiro ainda nesta segunda, mas a CBF só enviará nesta terça, ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), os laudos técnicos que atestam as obras de normalização do acesso de uma ambulância ao gramado. Caso o Tribunal aprove os documentos e dê fim ao embargo do estádio, o jogo entre Peixe e Náutico, nesta quinta, às 21h (horário de Brasília), pela 33ª rodada do Brasileirão, será disputado no local.
O artigo 20 do Estatuto do Torcedor determina que a comercialização dos ingressos comece pelo menos 72 horas antes da partida. No entanto, há uma brecha. O texto diz que é permitida a venda 48 horas antes dos jogos em casos nos quais não é possível prever a realização da partida com quatro dias de antecedência. O procurador do STJD, Paulo Schmitt, responsável pela denúncia, diz que tal situação se restringe aos jogos eliminatórios, mas o Peixe entende que essa questão não impede que a partida seja realizada na Vila. Por isso, após receber a liberação do tribunal, o clube pretende vender as entradas nesta terça-feira,
- Se isso (CBF enviar os laudos nesta terça-feira) acontecer, não vamos cumprir o prazo de 72 horas, mas não é algo que impede a realização do jogo. É uma falta administrativa, mas justificada em decorrência da decisão do tribunal - afirma Fabio Gonzalez, gerente jurídico do Santos.
Segundo o presidente do STJD, Flávio Zveiter, o Peixe enviou à entidade uma petição com fotos da inspeção desta segunda-feira, feita pelo engenheiro da CBF Reginaldo Cordeiro. A intenção era comprovar o término das obras com mais velocidade. Apesar disso, o responsável pelo tribunal desportivo exige os laudos técnicos para examinar o caso e tomar uma decisão.
- Recebi a informação de que os laudos da CBF chegarão amanhã (terça-feira) de manhã. Vou examiná-los na hora e decidir. Se os requisitos forem preenchidos, vou liberar o estádio. Cabe à CBF marcar o jogo para a Vila ou outro lugar. O Tribunal só analisa o desembargo do estádio - diz Zveiter.
Entenda a obra realizada na Vila e a interdição
A obra foi realizada no portão 20, que fica ao lado do 21, onde ocorreu o problema no atendimento ao zagueiro Rafael Marques, do Atlético-MG, no empate por 2 a 2 da última quarta-feira. Na ocasião, o jogador se chocou com o companheiro Leonardo Silva e ficou desacordado. Só depois de 11 minutos, funcionários do Peixe e membros do Corpo de Bombeiros encaminharam o atleta à ambulância, que não tinha acesso ao gramado por conta de uma elevação de 40 cm - não havia uma rampa que possibilitasse a entrada do veículo.
Para corrigir o problema, o clube fez uma espécie de garagem e um portão móvel, de aproximadamente 3,70m de largura, para que o carro possa entrar no campo. No teste realizado nesta segunda, a ambulância conseguiu entrar e sair pelo portão sem problemas.
A interdição da Vila foi baseada na denúncia feita pela procuradoria do STJD. Segundo Flávio Zveiter, o clube infringiu o artigo 211 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em "deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização".
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