Três anos depois da equipe de Neymar e Paulo Henrique Ganso explodir, o Santos vê o surgimento de uma nova safra de promessas, alçada aos leões com a missão de recolocar o Peixe na briga por títulos - e que, pelo menos até o momento, dá boa resposta ao torcedor. Enquanto isso, a "fornalha" da Vila Belmiro já prepara outra leva de jogadores: a geração 96/97, líder do Campeonato Paulista Sub-17 da categoria e que, nesta quarta-feira, estreia na Copa do Brasil da categoria, diante do Goiás, às 20h30m, no estádio Hailé Pinheiro, em Goiânia (GO).
Até pela tradição santista na revelação de talentos, todo cuidado é pouco na hora de avaliar até onde a garotada pode chegar. Uma cautela que o técnico Emerson Ballio segue à risca. Tanto que ele ainda não vê o atual elenco sub-17 como "maturado". O que, garante o treinador, não é problema. Ele recorda, por exemplo, que apesar das expectativas criadas desde cedo, o próprio Neymar não brilhou na base alvinegra como faz desde que subiu ao profissional.
Emerson Ballio comanda o sub-17 santista na Copa do Brasil (Foto: Pedro E. G. Azevedo / Santos FC)
- Quando a gente analisa maturidade, falamos do desenvolvimento fisiológico, projetando lá na frente. Com o Neymar, foi assim. Ele não foi espetacular no sub-15 e no sub-17, teve suas dificuldades quando chegou no time profissional, mas depois virou realidade. A nossa safra é parecida. Às vezes, o jogador chega ao sub-17 maturado. E quando você pega uma equipe imatura, com jogadores que oscilam mais, até emocionalmente, a margem de crescimento é até maior. Isso é normal. Quem está no meio sabe como funciona. No Santos, o trabalho é esse: para que o menino exploda no momento certo, que ele se desenvolva - explica.
- Com goleada e líder, Santos avança para segunda fase do Paulista sub-17
- Começo de uma era: filho de Pelé, Joshua estreia com a camisa do Peixe
Até por isso, Ballio vê a Copa do Brasil Sub-17 como estágio importante na maturação da nova safra.
- É um torneio competitivo, com dois jogos eliminatórios, bastante peculiar. A gente costuma disputar competições em determinadas cidades, e às vezes o time local é mais inexpressivo. Dessa vez, é a experiência de você visitar uma equipe de peso e de outro estado, depois receber esse time dentro de casa. É algo que esses atletas não têm contato normalmente, o que torna a Copa interessantíssima - destaca.
DNA santista
Um detalhe chama atenção no atual elenco juvenil: a presença maciça do "DNA santista". E não se fala só do atacante Joshua, filho de Pelé. Também estão no sub-17 o filho do ex-meia Robert, Patrick (atacante); o neto do ex-volante Clodoaldo, Victor (zagueiro); e até o primo do zagueiro Edu Dracena, Leonardo (volante).
Fernando Medeiros, defendeu a seleção sub-17
(Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo / Santos FC)
Por ironia, os quatro não disputam a competição neste primeiro momento (Patrick, Joshua e Leonardo não viajaram, enquanto Victor se recupera de uma lesão na coluna). Por outro lado, o Peixe terá reforços importantes: os meninos que voltam de compromissos com as seleções brasileiras de base, como o goleiro John e o volante Fernando Medeiros, que se sagraram campeões da Copa 2 de Julho, no último fim de semana.
A competição
A Copa do Brasil Sub-17 é disputada em formato mata-mata. Reúne os 20 clubes que estiveram no Brasileiro do ano passado, além dos 12 primeiros colocados da última Série B. Nesta fase, se o time visitante vencer o primeiro jogo por dois ou mais gols de diferença, garante vaga automática nas oitavas de final. No caso do confronto entre Santos e Goiás, se houver necessidade da partida de volta, ela está marcada para sábado, às 21h45m, no Estádio Ulrico Mursa, em Santos.
![](http://pixel.quantserve.com/pixel/p-89EKCgBk8MZdE.gif)