Marcio Porto - 10/10/2012 - 07:20 Santos (SP)
Há dois anos, André nem sequer imaginava que um dia seria fotografado como na imagem acima. A razão? O medo de agulha, que impedia o atacante de homenagear a família com uma tatuagem.
Em 2010, antes da final da Copa do Brasil, contra o Vitória, o medroso chegou a apelar para uma de henna (sem precisar de agulha), virando alvo de gozações dos companheiros. Mas isso é passado.
Nesta quarta-feira, contra o Botafogo, às 19h30, pelo Campeonato Brasileiro, no Engenhão, o camisa 9 completa exato dois meses de seu retorno ao Santos. E espera exibir com orgulho os nomes do pai Lenilson e da irmã Loudimila. Marcas de gratidão e vitória para o atleta.
– Foi com muito sacríficio que consegui. Morro de medo de agulha, até para tomar injeção é complicado. Queria fazer outra tatuagem, mas ainda tenho medo, estou tomando coragem (risos) – se divertiu André, em entrevista ao LANCENET!.
A maneira mais tranquila e bem humorada como trata as coisas é considerado pelos companheiros uma prova de maturidade do jogador que saiu ainda moleque da Vila para jogar na Europa.
Prova disso é que o camisa 9 também leva na boa quando é criticado por supostamente estar acima do peso. No último sábado, após o empate com o Internacional, o técnico Muricy Ramalho cobrou mais mobilidade do atacante, que minimizou e disse que emagreceu consideravelmente depois que chegou.
– Perdi 1,5 quilo. Agora estou normal, com condicionamento ideal. Tinha ficado dois meses sem jogar no Atlético-MG, tive problema no tornozelo, mas agora estou bem – justifica.
Sendo assim, o atacante tem contra o Botafogo a chance de mostrar que é a maior aposta de gols do time na ausência de Neymar. Ele está há três jogos sem marcar, maior jejum depois que voltou, mas tem um alento para balançar redes hoje.
No mesmo Engenhão, contra o Fluminense, o atacante marcou o único gol do Peixe este ano no Rio de Janeiro, onde a equipe tem se dado mal atuando contra os cariocas. Foi na derrota por 3 a 1 para o atual líder do Campeonato Brasileiro.
Agora, com fome apenas de gol e louco para mostrar que a balança sequer o assusta, André quer marcar sobretudo para melhorar seu desempenho pelo clube em sua volta, já que ainda não está satisfeito.
– Ainda falta muito para eu fazer o que pretendo aqui – garante.
Com confiança, é hora de mostrar que os medos ficaram para trás e que a cobrança de Muricy nem sequer o assusta. Certo, André?
André, em entrevista exclusiva ao LANCENET!
Qual sua avaliação desses dois meses de clube?
Estou gostando. Meu condicionamento está ideal e fui campeão. Ninguém dá muita importância à Recopa, mas foi um título especial pra minha volta. Está sendo muito marcante voltar ao clube.
O que mudou da primeira passagem para agora?
Estou muito mais rodado, mais experiente. Tem meninos mais novos do que eu no grupo e agora vive uma situação totalmente contrária com relação ao grupo, é engraçado, uma experiência diferente.
O que tem a dizer sobre a cobrança feita pelo Muricy a você, pedindo mais mobilidade no jogo?
Acho normal, pelo tempo que fiquei sem jogar. Mas agora estou no peso ideal. E se ele cobra é porque sabe que posso render.
O Atlético-MG, seu ex-clube, está brigando pelo título. Se arrepende de ter feito a escolha?
Torço muito pelo Atlético, criei um carinho muito grande por Belo Horizonte, mas tinha de acontecer, estou feliz no Santos de novo.
Tem marcado muitos gols de cabeça. Um novo André?
Está acontecendo assim. Procuro me posicionar bem na área. É bom, de cabeça ou não o importante é marcar gols para o Santos.
