Ronaldinho pegou pesado na derrota contra o
São Paulo, no Morumbi (Foto: Reprodução)
De repente, um estalo. E tudo muda. Assim que a bola rolou no Maracanã o Flamengo pressionou o Atlético-PR e com oito minutos de jogo já vencia por 2 a 0 com gols de Hernane e Luiz Antonio. A equipe carioca teve outras chances de ampliar o placar, mas o terceiro gol não saiu. E a situação mudou de lado. O Rubro-Negro paranaense passou de pressionado a sufocador. O Furacão devastou o time da Gávea e venceu de virada por 4 a 2. A derrota não foi bem digerida por Mano Menezes, que pediu demissão após a partida.
Já no Morumbi, o estalo na cabeça de Ronaldinho Gaúcho virou um pontapé sem dó por trás em Maicon, do São Paulo, que arrancava para partir para o ataque no Morumbi. Uma inversão de papéis que pareceu ter surpreendido o próprio Ronaldinho, que não levou cartão amarelo pelo lance em uma rodada em que não foi mostrado nenhum cartão vermelho, o que só havia ocorrido nas rodadas 2 e 6 e se repete agora, na 22.
Na mente de Cícero , do Santos, esse "clique" foi duplo e se transformou no melhor drible da rodada. Em Porto Alegre, contra o Grêmio, deu dois chapéus seguidos sem deixar a bola cair e só não fizeram a torcida explodir de alegria porque o Peixe jogava como visitante.
E com Gilberto, da Portuguesa, esse estalo se manifestou como uma confiança incrível para arriscar um chute certeiro no ângulo. A decisão sobre o golaço da rodada foi a mais difícil. Foi necessário abrir votação nas redações do Globoesporte.com ao redor do Brasil para se chegar a uma conclusão, pois os gols de Nilton na vitória do Cruzeiro sobre o Botafogo, no Mineirão, e de Marquinhos, na virada do Vitória sobre o Vasco, em São Januário, foram fortíssimos candidatos. Perderam no voto democrático. Você concorda com a decisão?
O gol mais perdido da rodada também foi uma decisão acirrada. Bergson, da Portuguesa, perdeu um "gol feito" contra o Náutico, mas (para clara felicidade do atacante da Lusa) acabou desbancado por Marcos Rocha , que deixou de marcar um gol incrível na derrota de seu Atlético-MG contra o São Paulo, no Morumbi. O que pesou mais contra o erro do atleticano foi o fato de sua equipe ter perdido para o Tricolor, enquanto o lance desperdiçado por Bergson acabou não fazendo muita falta para a Portuguesa.
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O atacante Jô encontrava uma marcação implacável pela frente, com imensas dificuldades para dar sequência às jogadas, principalmente pela esquerda, no Morumbi, já que a defesa do São Paulo fazia um ótimo trabalho. O Tricolor já vencia por 1 a 0, em um lance em que Marcos Rocha errou ao tentar cortar um chute de Luís Fabiano, acertou o goleiro Victor e a bola sobrou para Welliton marcar. Dez minutos depois, aos 36 minutos do primeiro tempo, teve a chance de se redimir: com um drible de letra, Jô passou entre dois adversários, percebeu o companheiro entrando completamente livre pela direita da grande área e fez o passe na medida. Para o extremo azar de Marcos Rocha, a bola chegou quicando, e quando ele fez a conclusão, a acertou com a canela. E a bola subiu demais, com o gol escancarado. Não era seu dia de sorte...
Uma cobrança de falta curta e, de repente, o atacante Gilberto se viu completamente desmarcado no meio da intermediária, com muito espaço para dar um toquinho à frente na bola e mandar um chutaço direto no ângulo direito, sem chance de defesa para o goleiro Gideão, ampliando a vantagem da Portuguesa na vitória sobre o Náutico, no Canindé. Ele estava tão livre e longe da área e tão sozinho, que demorou até mesmo para seus companheiros chegarem até ele para comemorar o gol mais bonito da rodada.
Apesar de o mando e o retrospecto histórico favorecerem o Grêmio, a partida estava equilibrada, com finalizações de lado a lado. Cícero, do Santos, mostrou aos 23 minutos do primeiro tempo que estava bastante à vontade em Porto Alegre. Em disputa no meio de campo, Riveros foi com vontade para disputar uma bola à meia altura, a ponto de o árbitro Pericles Bassols chegar a levar o apito à boca para marcar o pé alto do volante gremista, mas desistiu frente à solução encontrada pelo meia santista, que chapelou o paraguaio Riveros e, sem deixar a bola tocar no gramado, emendou outro chapelaço no atacante argentino Barcos. A jogada foi bonita, mas quase que Cícero ia abrindo uma crise diplomática no Mercosul.
Foi difícil chegar a uma conclusão sobre a defesa mais bonita da rodada #22, mas não sobre quem tinha a tinha realizado. As duas candidatas eram de Diego Cavalieri , do Fluminense, que aos 31 minutos do primeiro tempo defendeu uma cabeçada de Marcel e aos 32 minutos do segundo tempo fez esta aqui ao lado, em uma cabeçada potente de Matheus Ferraz, na vitória fora de casa do Fluzão sobre o Criciúma. O reflexo e agilidade exigidos no lance, foram determinantes para que o lance fosse o escolhido pela equipe.
Tem dia que de noite é assim mesmo... Ronaldinho Gaúcho é gênio, craque, mestre da categoria e da técnica de jogar futebol. Mas é humano e tem lá seus dias ruins, como qualquer outro mortal. Quarta-feira, no Morumbi, contra o São Paulo, foi um desses dias. Aos 20 minutos do primeiro tempo, já tinha deixado o braço na boca do candidato a sucessor Paulo Henrique Ganso, para ele sentir o gostinho do que é ser um dos melhores jogadores da história do futebol brasileiro, mas árbitro Leandro Pedro Vuaden não mostrou o cartão amarelo. Com o salvo-conduto, aos 29 minutos do segundo tempo, Ronaldinho deu uma nova engrossada. O volante Maicon, que já tinha feito ótimas enfiadas de bola para o ataque, colocou a bola na frente e deixou o gaúcho na saudade. Ronaldinho não teve dúvidas e deu-lhe pelas costas um pontapé de craque, aparentemente, de três dedos, com curva. Maicon não gostou e reclamou com o árbitro gaúcho, que quase riu, e Ronaldinho fez pouco caso, dizendo que não foi nada. Fica para a história: os gênios também descem o sarrafo.
O Internacional nem estava perdendo ainda para o Bahia, na Fonte Nova, mas a equipe colorada voltou com tudo do vestiário e logo nos primeiros segundos do segundo tempo partiu para o ataque pela direita. O lateral Gabriel se aproveitou de passe errado e com a perna esquerda puxou o contra-ataque veloz. Tocou de primeira para Leandro Damião e disparou em direção à linha de fundo. Quando recebeu a bola de volta do companheiro, já estava no mano a mano com o último adversário, e antes que a cobertura chegasse, ele devolveu com um toque preciso para Damião, em uma tabela que tinha tudo para acabar com uma ótima conclusão. Tinha. Quando o artilheiro tentou bater para o gol, errou a bola com toda a vontade que tinha de acertá-la. Luiz Carlos Júnior não errou: "Pegou mal! Furou! Furou feio..."
Aos 38 minutos do segundo tempo, Dellatorre foi lançado e parecia que só ia parar dentro do gol do Flamengo, no que seria o quinto gol do Atlético-PR no Maracanã. Mas Wallace não desistiu do lance e ao chegarem na meia-lua, o defensor do Flamengo atropelou o adversário, claramente uma falta por trás cometida pelo último homem quando Dellatorre estava em uma clara e manifesta condição de fazer um gol. Apesar disso tudo, o árbitro André Luiz de Freitas Castro preferiu punir a infração apenas com um cartão amarelo em um lance que pedia o vermelho. A partida já estava praticamente decidida, mas como se sabe, a regra é clara...