sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Para ex-meia, transição pós-Neymar tem sido mais difícil que na era Pelé


Negreiros, ex-Santos (Foto: Lincoln Chaves)Negreiros, ex-Santos, analisa transições entre eras

Pelé e Neymar (Foto: Lincoln Chaves)


No final dos anos 60, o Santos presenciou a primeira grande transição da "era Pelé", com as saídas de ídolos como Zito e Pepe, dentre outros, e a ascensão da geração liderada por Clodoaldo e Edu. Quase cinco décadas depois, o Peixe vive outra fase de mudanças, agora com o fim da "era Neymar" e a subida de garotos como Gabriel, Neilton, Victor Andrade, Giva, Leandrinho e Alison.


Um dos que ganhou espaço naquele time do Peixe, no lugar de Mengálvio, o ex-jogador Negreiros vê diferenças entre as transições. Embora acredite que hoje seja mais fácil um garoto ter chance entre os profissionais, ele avalia que desde a geração de Pita e Juary, que foi campeã paulista em 1978, a reposição dos talentos tem levado mais tempo para ocorrer.


– Era muito difícil substituir alguém naquele time fabuloso, mas, graças a Deus, nós demos continuidade. O Clodoaldo substituiu o Zito, o Edu veio para o lugar do Pepe... Subimos bem, fomos campeões. Eu mesmo ganhei sete títulos (pelo Santos). Agora, se você olhar do Pita para cá, poucos viraram. Teve Juary, Neymar... Mas a rapaziada que subiu (logo depois deles) não deu essa sequência. De lá (geração de 1978) até agora, você não vê outro meia como o Pita. E encontrar um novo Neymar será difícil – analisa, ponderando que esta se trata, também, de uma realidade geral no futebol brasileiro.



– Acho que a facilidade do garoto de base subir (para o time profissional) é grande, mas falta um pouco mais de talento, aquele jogador que chegue e jogue. O futebol está igual. Você não vê um cara se sobressaindo no Brasileiro. Há conjuntos, mas um jogador diferente, aquele de qualidade, está difícil de aparecer – finaliza.


Negreiros defendeu o Santos de 1967 a 1972, com 124 jogos e 12 gols, formando dupla com Clodoaldo no meio-campo. Além do bicampeonato paulista (1968 e 1969) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1968 (que desde 2010 também consta como título brasileiro), o ex-jogador foi campeão do Torneio Octogonal do Chile, do Pentagonal de Buenos Aires (Argentina) e das Recopas Sul-Americana (na qual marcou o gol do título) e Mundial.