Elias vibra mostrando seu número: voleio decisivo
levou selo (Foto: Fernando Ribeiro / Agência Estado)
Até o último domingo, a palavra ‘acréscimos’ era sinônimo de sofrimento para o Botafogo neste Campeonato Brasileiro. Na nona rodada, a equipe vencia o Flamengo por 1 a 0, quando Elias, aos 49, empatou. Três rodadas depois, o Atlético-MG parecia ser a nova vítima, mas, aos 48, Luan decretou a igualdade em 2 a 2. Na 14ª jornada, o time de Oswaldo de Oliveira fazia 3 a 2 no Inter, até que Fabrício impediu a vitória alvinegra no apagar das luzes. Quiseram os deuses que o próximo capítulo a ser escrito nos minutos de desconto fosse bem mais feliz para os torcedores do Botafogo. Em pleno Heriberto Hülse, num jogo complicado contra um Criciúma que vai se arrumando na competição, o Glorioso empatava por 1 a 1. De repente, aos 46 do segundo tempo, um lance espetacular quebra o protocolo. Edílson levanta na área, e o atacante Elias tira da cartola um belo voleio, acertando o ângulo de Galatto. Um golaço, que definiu não só a vitória por 2 a 1, como também a subida do time para a segunda colocação, a quatro pontos do Cruzeiro. Nem é preciso dizer que o selo é incontestável.
A exemplo do Botafogo, o Grêmio também definiu em cima do laço seus três pontos contra a Portuguesa. Disposta a vender caro o resultado, a equipe paulista reagiu mesmo depois de levar dois gols no Rio Grande do Sul. Empatou e vinha se segurando na defesa. No entanto, um cruzamento de Souza na área, aos 36 da segunda etapa, pôs tudo a perder para o time rubro-verde. O atacante Kleber saltou para tentar o cabeceio, assim como o lateral-esquerdo Rogério. Só que Kleber caiu após o contato. O juiz Jaílson Macedo Freitas não teve dúvida: apontou para a cal. O lance polêmico gerou indignação dos jogadores da Lusa, ao ponto de dois deles irem para o chuveiro mais cedo: Bruninho e Valdomiro. Alheio aos protestos, Kleber bateu o pênalti e garantiu os 3 a 2 para o Tricolor gaúcho, que segue firme no G-4. Ao juiz, coube o selo de erro da rodada.
Lances decisivos como os de Elias e Kleber também aconteceram no jogo do Santos. O goleiro Aranha, em noite inspirada, fez grandes defesas que evitaram o empate do Goiás, na Vila Belmiro. Mas uma intervenção em especial rendeu o selo de defesa da 19ª rodada. Aos 15 do primeiro tempo, Renan Oliveira mandou um lindo chute colocado que teria endereço certo. Teria, pois Aranha estava lá, de mão trocada, para evitar o gol com a ponta dos dedos.
Momentos desagradáveis também marcaram o fim de semana. Teve pixotada coletiva da defesa do Atlético-MG, Inacreditável Futebol Clube de Fernandão, do Bahia, e sarrafo de Osvaldo, do São Paulo. Todos esses lances você confere abaixo!
O GLOBOESPORTE.COM mostra as estatísticas e os selos da 19ª rodada. Confira!
A rodada#19, estranhamente, não tinha contado com um gol de placa incontestável até seus últimos minutos. Neto Berola, do Atlético-MG, e Scocco, do Internacional, marcaram gols bonitos e, até então, competiam para entrar na lista. Mas os dois não contavam com Elias, do Botafogo, num dos dois jogos que fecharam a rodada. No finzinho da partida contra o Criciúma, ele complementou cruzamento de Edílson de uma forma plasticamente linda. Melhor. O gol foi decisivo para carimbar a vitória por 2 a 1 do Alvinegro, mesmo fora de casa. Depois disso, ficou difícil conceder o selo a qualquer outro jogador.
A Portuguesa teve um grande poder de reação ao arrancar o empate contra o Grêmio fora de casa, mesmo depois de sofrer 2 a 0. Mas jogar diante do Grêmio na Arena é tarefa que demanda atenção em qualquer lance. Mesmo os passíveis de interpretação. O zagueiro Rogério subiu para cabecear junto com Kleber e levou a pior. O juiz Jaílson Macedo Freitas assinalou falta ao ver Kleber cair na área. Pênalti bem discutível. Kleber, que não tem nada com isso, garantiu a vitória gremista.
O Cruzeiro conseguiu bater o sua revanche diante do Flamengo, algoz na Copa do Brasil. Mas não foi o gol de Ricardo Goulart, o único da partida, que veio parar nos selos da rodada. O meia Éverton Ribeiro protagonizou uma linda jogada no segundo tempo. Ele recebeu bola de Ceará no bico direito da área, deu lindo giro entre Wallace e Léo Moura e ainda manteve a bola nos pés contra três marcadores. O lance terminou com chute perigoso de Lucas Silva.
O Santos nem pensava em marcar o gol que definiria o duelo contra o Goiás (de Thiago Ribeiro), e o goleiro Aranha já havia evitado dois gols esmeraldinos. Primeiro, aos sete minutos de jogo, em um tirambaço de Walter. Depois, aos 15, para ganhar seu selo em grande estilo. Renan Oliveira recebeu a bola, cortou para o meio e mandou colocado. Aranha mostrou muito reflexo e espalmou com a ponta dos dedos. Uma defesaça!
Na fase atual vivida pelo São Paulo, não há nada que esteja tão ruim que não possa piorar. Sem reação diante do Coritiba, de Alex, o time ainda viu Osvaldo, uma das melhores válvulas de escape para o ataque, ser desfalque garantido para o próximo jogo, ao levar o cartão vermelho direto. E, convenhamos, com justiça. A entrada para cima de Vinícius dói até em quem vê.
Fernandão deve estar se lamentando até agora pelos gols que desperdiçou contra o Fluminense. Talvez, se soubesse o resultado final da partida (1 a 0 para o Tricolor), o centroavante do Bahia aproveitasse as chances. Numa delas, logo aos dois minutos de jogo, a única explicação plausível é que ele deve ter pensado que estava muito cedo para balançar as redes. Após enfiada de bola, Fernandão entrou sozinho e, de frente para um caído Cavalieri, conseguiu mandar para fora, livre de marcação. Ah, Fernandão!
O mico da semana é coletivo. Em parte, culpa do estado do gramado do Barradão, após a chuva, em outra, da defesa atleticana. O zagueiro Emerson dominou uma bola após dividida e recuou para Victor. A bola parou numa poça d'água, e o goleiro teve que sair no desespero. Ele acabou chutando a bola contra Dinei e, para piorar, a bola se ofereceu para Marquinhos, que não perdoou. O lance é uma mistura perfeita de pixotada com azar.
