sexta-feira, 6 de março de 2015

Quarteto conquista Dunga em treinos, concentrações e 56 minutos de jogo


Neymar e Robinho Brasil campeão Superclassico, Brasil x Argentina (Foto: Heuler Andrey / Mowa Press)Robinho celebra título do Superclássico com o amigo Neymar (Foto: Heuler Andrey / Mowa Press)


Convocados para os amistosos contra França e Chile e, portanto, fortes candidatos a estarem na Copa América de junho, quatro jogadores da seleção brasileira são o retrato do que disse Dunga ao anunciar a primeira lista, em agosto. Na ocasião, o técnico pregou que seus atletas chegassem preparados para, em poucos minutos, até mesmo em alguns treinos, agarrassem uma vaga no grupo. São os casos de Marcelo Grohe, Fabinho, Souza e Robinho .


O quarteto chegou à Seleção em razão de lesões de outros jogadores, que foram cortados ou tiveram suas participações colocadas em dúvida nas partidas. Juntos, eles estiveram em campo por apenas 56 minutos – 39 de Robinho e 17 de Souza, já que o goleiro e o lateral-direito ainda não estrearam –, mas o comportamento nos treinos e na concentração conquistou Dunga.


Robinho é o único que o técnico já conhecia bem, pois foi símbolo de sua primeira passagem pela Seleção, entre 2006 e 2010. Sua disposição de atuar em todos os amistosos e em torneios como a Copa América de 2007, enquanto as estrelas da época, Kaká e Ronaldinho Gaúcho, pediram para não serem convocados, deu a ele lugar cativo no coração do chefe. Hoje, ele é visto como exemplo para os mais jovens, sobretudo pela ligação afetuosa com o craque Neymar.



Em setembro do ano passado, ele substituiu Hulk, cortado por lesão dos amistosos diante de Colômbia e Equador. E não saiu mais. Só não foi convocado para enfrentar Turquia e Áustria porque a CBF poupou os times nacionais na reta final do Campeonato Brasileiro.


No São Paulo, Souza já era considerado um líder do grupo durante sua primeira temporada, no ano passado. Quem o conhece de perto atribui a ele a tal "mentalidade vencedora" que Dunga pediu insistentemente na entrevista coletiva, após anunciar a lista para os próximos amistosos. O volante só chegou à Seleção porque Ramires, do Chelsea, se machucou antes do Superclássico contra a Argentina e do duelo frente aos japoneses. Agora, Souza ficou, Ramires não voltou.


marcelo grohe seleçao brasileira treino (Foto: Mowa Press)Marcelo Grohe treina com a seleção brasileira durante preparação na Ásia (Foto: Mowa Press)


Nesses mesmos dois jogos, Marcelo Grohe viajou para a Ásia porque Jefferson teve uma lesão na mão dias antes da apresentação. Mesmo com o aval dos médicos para que o botafoguense jogasse, por precaução, a comissão técnica optou por um terceiro goleiro. O gremista agradou e desbancou os "europeus" Rafael, do Napoli, e Neto, da Fiorentina.


– O Marcelo já esteve conosco e está sendo observado há algum tempo. É a questão de abrir o leque, trazer jogadores para participar de jogos e treinamentos. É um período em que o Taffarel (preparador de goleiros da Seleção) pode passar observações, postura, maneira de se comportar. O jogador tem que viver o ambiente da Seleção – explicou Dunga.


O caso mais curioso é o de Fabinho. Ele estava com a seleção olímpica no Catar quando foi chamado às pressas para substituir Maicon, cortado nos Estados Unidos por atos de indisciplina. Ele chegou na véspera da partida contra o Equador, não entrou em campo e não esteve presente nas convocações seguintes. Agora está de volta, mesmo jogando no meio do Monaco.


– Esperamos o Fabinho ter sequência novamente, apesar de nos últimos jogos ele estar jogando como volante porque o treinador assim deseja. Ele é jovem e tentamos mesclar os mais novos com outros experientes, para que possam se firmar na Seleção – disse o técnico.