Enderson disse que reclamou de atrasos (Foto: Ricardo Saibun / Divulgação SantosFC)
Recém-demitido do Santos, o técnico Enderson Moreira afirmou que não recebeu, em nenhum momento de sua passagem pelo clube, a parte de seus salários paga como direitos de imagens. De acordo com o treinador, que chegou ao comando da equipe em setembro, a fatia corresponde a cerca de 40% de seus vencimentos - no total, ele deveria receber cerca de R$ 200 mil por mês.
– Tem seis meses que não recebo 40% do meu salário, é o que foi combinado. Nem por isso eu fui na imprensa reclamar disso – afirmou Enderson em entrevista à Band.
O técnico contou que foi chamado à sala do presidente Modesto Roma Júnior logo após a atividade no CT Rei Pelé, na manhã de quinta-feira, onde foi questionado sobre as declarações dadas recentemente em que criticava o comportamento de atletas formados na base.
– Coloquei pra ele também as minhas insatisfações. Falei que pedi algumas contratações, que não foram bem vistas. Muito se falou do Walter (do Fluminense), mas não foi só ele. Diante dessa situação, falei: “Se o senhor está insatisfeito, não vamos esperar perder três jogos para o senhor me mandar embora. O cargo está à disposição, não estou pedindo demissão, mas se o senhor quiser me demitir, a gente entra num acordo”. Havia uma insatisfação de ambas as partes – completou o ex-santista.
Mais cedo, ao SporTV, Enderson também reclamou da pressão que é feita para a escalação do atacante Gabriel, 18, considerado a principal joia da base alvinegra.
– O que espanta é a campanha em cima do Gabriel, do seu staff, forçando a barra. As pessoas que trabalham com ele parecem não acreditar nele. Ele tem que conquistar seu espaço de maneira tranquila, é um grande jogador, tem grande potencial, mas tem que vencer algumas etapas ainda. Agora, é vida que segue. Estou tranquilo com a minha consciência, fiz o que era melhor para o Santos no momento. O Santos hoje tem uma equipe competitiva, mesmo com as saídas repentinas no início do ano – disse, ao "Redação SporTV" nesta sexta.
A diretoria estava incomodada com a forma com que Enderson tratava alguns jogadores mais novos, que também demonstravam descontentamento com o comandante. A notícia da demissão foi repassada aos atletas por Robinho através do aplicativo WhatsApp, o que gerou comemoração em parte do elenco.
Procurada, a assessoria de imprensa do Santos não foi encontrada para comentar as declarações de Enderson.